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Profissionais do MININT e MINSA em formação sobre línguagem gestual

     Sociedade              
  • Luanda • Segunda, 18 Novembro de 2024 | 17h16
Interpréte de linguagem gestual
Interpréte de linguagem gestual
Aurélio Janeiro

Cacuaco – Cento e cinquenta profissionais afectos aos Ministérios da Saúde (MINSA) e do Interior (MININT) beneficiam, a partir de hoje (segunda-feira), em Luanda, de formação em Linguagem Gestual Angolana (LGA), numa iniciativa do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU).

A acção formativa, com duração de seis semanas, decorre na Escola de Formação de Técnicos do Serviço Social (ENFOTESS), na vila sede de Cacuaco (Luanda).

São abordadas de forma intensiva "Habilidades e Práticas Comunicativas", sob o lema “Fortalecer o Conhecimento Em Língua Gestual, para Um Atendimento Inclusivo”.

Ao proceder o acto de abertura, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramento Neto, enfatizou a inclusão social como um “direito fundamental e necessidade imperativa para a construção de uma sociedade solidária”.

Realça que este projecto vai além do ensino de uma nova língua, porque vai promover uma nova abordagem em comunicação e interação.

“Esta formação é o reflexo de uma visão ampla que entrega segurança, saúde, educação e bem estar social”, precisou.

A governante frisou o facto de ser uma acção conjunta que envolve quatro departamentos ministeriais, nomeadamente, os Ministérios do Interior, Saúde, Educação e Ação Social Família e Promoção da Mulher.

Com a capacitação desses profissionais, prosseguiu, estão a ser criadas condições para que os serviços públicos se tornem mais acessíveis e sensíveis às necessidades em todas as camadas da população, incluindo as pessoas com deficiência auditiva e fala.

“Somos todos chamados a promover a inclusão, criar um ambiente onde a diversidade é valorizada e todos têm a chance de contribuir com as suas habilidades e técnicas”, reforçou.

A titular da pasta do MASFAMU salientou ainda que todas as pessoas, independentemente das suas capacidades, devem  ter acesso às mesmas oportunidades para participação activa social e cultural

Para si, a inclusão social promove a coesão, fortalece os laços comunitários garantindo que nenhum cidadão seja deixado para trás e, com a formação em língua gestual angolana, dá-se um passo significativo.

A governante referiu também que as acções realizadas não são isoladas, enquadram-se no Plano do Executivo que tem como prioridade a promoção de uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária.

Salientou ser este um compromisso que reflecte a visão do Estado em integrar políticas públicas que assegurem a igualdade de oportunidades e protecção dos direitos dos cidadãos.

A cerimónia contou com as presenças do ministro do Interior, Manuel Homem, do secretário de Estado para Saúde Pública, Carlos de Sousa, enquanto que em representação da ministra da Educação, Luisa Grilo, esteve a directora Nacional de Educação Pré –Escolar e Ensino Primário, Soraya Kalongela.

Falta de comunicação gestual dificulta atendimento

A presidente da Federação Angolana das Associações de Pessoas com Deficiência (FAPED), Esmeraldina Miguel, ressaltou que a falta de comunicação em língua gestual nos serviços públicos dificulta o atendimento dos utentes com necessidades especiais.

Em declarações à ANGOP depois do acto de abertura da “Formação sobre Língua Gestual Angolana (LGA), a responsável explicou que fruto da falta de comunicação gestual nestas instituições, a sua organização registou, desde Janeiro até a presente data, mais de mil ocorrências nas esquadras e hospitais.

Segundo a presidente da FAPED, dessas ocorrências o que mais preocupa são das mulheres gestantes que se deparam com inúmeras dificuldades nos hospitais durante as suas consulta pré-natal, na fase da prescrição médica até ao dia do parto colocando em risco a vida do bébé e da mãe, tendo inclusive registado casos de óbito de recém-nascidos por falta desta comunicação gestual.

Esmeraldina Miguel explicou que o mesmo acontece em esquadras policiais em que a pessoa com deficiência auditiva ou da fala não consegue se comunicar ou ser percebida, dificultando assim o processo.

Relativamente a iniciativa do MASFAMU, a presidente considerou satisfatória a formação que vai permitir maior inclusão das pessoas com deficiência e facilitar a linguagem gestual em serviços públicos.

A Federação Angolana das Associações de Pessoas com Deficiência (FAPED) controla 21 associações em todo pais. COF/DJ/SEC





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