Luanda - O secretário de Estado para Acção Social, Lúcio Amaral, considerou, esta quarta-feira, em Luanda, que o processo de inclusão das crianças passa pela melhoria das condições sociais das famílias.
O dirigente, que falava no encontro sobre “A Inclusão das Crianças com Deficiência: Situação actual e Perspectiva”, referiu que o Executivo tem criado políticas nos domínios da educação, com o alargamento de escolas inclusivas, da protecção social, com assistência com meios técnicos diversos, bem como no apoio às associações em prol destas crianças.
“É necessário um trabalho transversal, multissectorial e multidisciplinar para responder às aspirações e anseios das famílias e cuidadores”, sublinhou.
Lúcio Amaral destacou a importância da mudança de mentalidade, como forma de eximir as desigualdades que dificultam a inclusão das crianças com deficiência na esfera social.
Para o presidente da Federação Angolana das Associações de Pessoas com Deficiência (FAPED), Venceslau Muginga, a situação da criança com deficiência em Angola carece da execução prática dos projectos gizados, uma vez que muitas desistem da escola por dificuldades financeiras.
Referiu ainda que muitas crianças com deficiência não têm a assistência social que se devia, concretamente aquelas com deficiência intelectual, sensorial e física.
No que toca à deficiência intelectual, Venceslau Muginga referiu que se regista ainda pouco desenvolvimento no processo de ensino e aprendizagem, com deficiência de especialista na matéria de ensino das crianças com autismo.
“As crianças com deficiência são excluídas no processo da primeira formação, como nas creches, em que raramente acolhem crianças com deficiência, sobretudo as com autismo, problemas visuais e auditivas”, referiu.
Quanto à actividade cultural e desportiva, o responsável referiu que as crianças com deficiência têm estado muito distante de usufruir destes direitos.
Neste quadro, apelou que o Orçamento Geral do Estado (OGE) deve velar para a criança com deficiência, com a criação de projectos que garantam a real inclusão a nível do ensino, creche e bolsas de estudo.
Segundo dados do Censo Geral da População e Habitação 2014, o país conta com 656 mil 258 pessoas com deficiência, o que representa 2,5 por cento da população, deste número, 164 mil 112 são crianças, com idades compreendidas entre os 0 a 14 anos. ANM/ASS
