Luanda – A preparação da festa de Natal (25 de Dezembro) e da passagem de ano (31 de Dezembro a 1 de Janeiro) está a “agitar” grande parte dos cidadãos a nível da província de Luanda, que procuram adaptar-se à nova realidade social e económica do país.
Em várias artérias da capital, mercados, lojas, armazéns e outros locais é notório o “corre-corre” dos citadinos à procura de bens alimentares, bebidas, roupas e outros produtos habituais nesta época do ano.
Apesar da situação económica que o país atravessa, diversas famílias mantêm o Natal como um dos momentos do ano em que se reencontram para a troca de presentes, demonstração de amor, alegria e união, além da celebração do nascimento do “menino Jesus”.
Entretanto, este ano deverá observar-se um elevado consumo de produtos nacionais na quadra festiva, sobretudo do campo, em relação aos anos anteriores, pois muitos cidadãos têm optado por uma atitude prudente relativamente às compras, para reduzir o impacto dos custos dos bens de consumo.
Neste sentido, diversas famílias estão a optar pela compra de produtos nacionais, como peixe seco e makaiabo ao invés do bacalhau, assim como a substituição de gasosas e outros produtos industrializados por quissangua ou sumo de múcua, por serem mais baratos.
Segundo o funcionário público José Monteiro, nesta quadra festiva há mais consciência para a redução dos custos, devido ao orçamento da maioria das famílias angolanas.
“A minha família não deixará de celebrar o Natal e o ano novo. Contudo, devido às verbas que temos, vamos apostar na compra de produtos nacionais. O Natal e a passagem de ano são momentos especiais de encontro familiar, ajudando no fortalecimento dos laços”, salientou.
A professora Amanda Silva sublinhou que o actual custo de vida e a insegurança alimentar leva os cidadãos a optarem pela contenção de gastos.
A educadora recordou com nostalgia os anos anteriores em que as ruas e casas enfeitadas com luzes decorativas anunciavam a chegada da quadra festiva, facto que dificilmente se assiste nos dias de hoje.
Por sua vez, o enfermeiro Pedro Fernandes referiu que vai aproveitar as festas para reflectir sobre o seu desempenho durante o ano, meditar sobre aspectos a melhorar na convivência com a família, os desafios e mecanismos para superar algumas situações familiares.
Entretanto, o economista Samuel Gonçalves apelou às famílias maior resiliência, tendo em conta a alta dos preços dos produtos.
Assim sendo, referiu ser essencial que as famílias optem por produtos nacionais que apresentam um preço relativamente razoável, comparado aos produtos importados.
Samuel Gonçalves sublinhou ainda ser importante que as famílias optem pela redução de gastos nesta época festiva, por ser um ano económico adverso que não possibilitou fazer muito, exigindo, assim, adaptações não previstas.AB/ANM/MCN