Luanda - Portadores de deficiência física exigiram hoje, em Luanda, melhorias nas políticas sobre mobilidade, segurança rodoviária e acesso aos transportes públicos, dentro dos objectivos para até 2050.
Essa exigência foi feita durante um encontro de auscultação às organizações de apoio a pessoas com deficiência para a Estratégia de Longo Prazo - Angola 2050.
Durante a sessão, co-promovida pelo Ministério da Economia e Planeamento e o Unicef, os participantes reportaram um conjunto de questões que os aflige diariamente enquanto cidadãos especiais.
Como soluções, propuseram a inclusão em escolas públicas de condições para receber alunos com autismo e deficientes visuais, a construção de mais rampas pelas cidades para cadeirantes.
De igual modo, exigem transportes públicos de fáceis acessos e comodidade, assim como mais vagas no mercado do emprego, sobretudo em empresas públicas, entre outras questões.
Em declarações à imprensa, o secretário de Estado da Economia, Ivan Marques dos Santos, considerou o evento positivo, por ter servido para colher bastantes contribuições dessa classe.
Realçou que "o processo Angola 2050 é inclusivo e não poderia deixar de fora essa importante franja da sociedade, tendo em conta o modelo de governação e mudança de paradigma na adopção das políticas públicas”.
Na ocasião, convidou a população a consultar o documento (ELP-2050), que começou a receber contribuições desde 19 de Maio deste ano, num processo que abarcou distintas classes e que terminou nesta quinta-feira, 15 de Junho.
Já o Representante da Unicef em Angola, Ivan Yerovi, considerou que o encontro de hoje foi importante para as pessoas com deficiência, visto que os mesmos puderam compartilhar as suas ideias com o Governo.
O ponto focal da Unicef em Angola explicou que o objectivo foi dar oportunidade às pessoas com deficiência e falar das estratégias do Governo até 2050, particularmente, sobre os projectos a si reservados nesse documento.
Ivan Yerovi fez saber que existe um novo plano de cooperação entre o Executivo Angolano e a Unicef para o período 2024 a 2028 e que será uma oportunidade para as crianças conhecerem mudanças satisfatórias nas suas vidas.
"Temos um novo plano de cooperação que poderá envolver aproximadamente 78 ou 79 milhões de dólares. Não temos esse dinheiro, mas vamos contar com os parceiros e doadores para a realização desse trabalho e melhorar a vida das crianças", destacou.
Por seu turno, a activista para causa dos autistas de Angola, Roberta Pombal, disse urgir a necessidade de nas escolas públicas haver materiais adaptados.
"Deve-se dar também treinamento aos professores e aos encarregados de educação, bem como implementar-se cursos superiores e especializados para as pessoas com necessidades especiais, tais como terapia ocupacional, psicologia, neurologia e outros", sugeriu.
Para a activista, na área da saúde impõe-se a criação de centros de referência para o diagnóstico e tratamento de pessoas com autismo, além da obrigatoriedade de aumento do número de auxiliares em salas de aula. ECC/MDS/ART