Huambo - O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) controla, actualmente, 624 mil idosos, representando 2, 4 por cento do total da população angolana estimada em 33 milhões de habitantes.
A informação foi tornada pública esta quinta-feira, no Huambo, pelo secretário de Estado para Acção Social, Lúcio Gonçalves Amaral, durante o acto central comemorativo do Dia Nacional da Pessoa Idosa, que hoje se assinala sob o lema “Reforcemos a resiliência da pessoa idosa para maior justiça social”.
Na ocasião, o responsável, que se baseou nos dados do Censo 2014, disse que dos 624 mil idosos controlados, 900 estão em situação de abandono, acolhidos em 18 lares de assistência social em 11 províncias do país.
Lúcio Gonçalves Amaral informou que, anualmente, são assistidos, em todas as províncias do país, 18 mil pessoas idosas, sendo que as autoridades da província do Huambo, em particular, assistem dois mil 256, com a institucionalização de lares de assistência social, com um total de 166 utentes.
Conforme o responsável, o ambiente que se vive hoje, cada vez mais exigente e globalizado, exige uma abordagem diferente dos fenómenos sociais complexos, pois os valores que caracterizam a cultura angolana têm vindo a sofrer grandes transformações, colocando, por vezes, os mais velhos em situação de risco e de abandono.
Acrescentou que, no contexto social e económico actual, é preciso valorizar mais o idoso e permitir que desenvolva o papel de chefe de família, independentemente da situação económica.
O secretário de Estado reconheceu que o número de profissionais de geriatria e gerontologia existentes no país é, ainda, insuficiente, tendo em conta o universo de pessoas carentes que já atingiram a 3ª idade, daí a necessidade da contínua promoção de competências, favorecendo a inclusão social, económica e produtiva, bem como o desenvolvimento da cidadania.
Adiantou que o Executivo está preocupado com o reforço da capacidade e qualificações dos técnicos especialistas, pelo que vai continuar a formar vigilantes de 3ª idade, através da Escola Nacional de Formação de Técnicos da Acção Social, para garantir uma maior protecção do idoso sem amparo familiar.
Neste sentido, conforme o secretário de Estado, manterá parcerias com outras instituições académicas que, com idoneidade e sabedoria, foram e asseguram a disponibilidade destes quadros, com realização de estágios curriculares, para além da promoção e da advocacia do acesso ao emprego nos sectores público/privados.
Por esta razão, disse que as famílias devem estar comprometidas, dinâmicas e perseverantes na sua visão holística da realidade, identificando momentos de interacção, lazer e de ocupação dos tempos livres que conduzam ao bem-estar dos idosos e a redução do impacto de vulnerabilidade dos mais velhos, pois a nobreza de quem muito trabalhou para a melhoria de vida da sua família, merece ser valorizada.
Aconselhou os governadores provinciais a estreitar parcerias e a trabalharem, de forma integrada, com instituições privadas de solidariedade social, associações comunitárias, igrejas, organizações não-governamentais e autoridades tradicionais, no sentido de poderem dar uma maior cobertura dos serviços às comunidades, para o bem dos idosos de famílias desfavorecidas.
O acto central, decorrido numa das capelas da Igreja Católica, ficou marcado com o casamento dos anciãos Isaac Ilundunda e Augusta Navinda, assim como de Lourenço Ngungulo e Ermelinda Catumbo, celebrados pelo arcebispo do Huambo, dom Zeferino Zeca Martins, e co-celebrado pelo padre Marcelino Pungulimwe.
A data foi instituída em Janeiro de 2005 em Decreto do Conselho de Ministros e publicado no Diário da República Nº 4/05, Iª Série para valorizar àqueles que, ainda, em vida (mas já não no activo), deram o seu contributo para o crescimento e engrandecimento, a todos os níveis do país. ALH