Cahama - Oitocentos e 99 famílias da povoação da Wia, no município da Cahama, no Cunene, ganharam hoje, quinta-feira, um sistema de abastecimento de água, no âmbito do programa FRESAN.
O sistema com capacidade de bombear dois mil 500 litros de água, por hora, funciona com uma placa solar e inclui, entre outros, lavandaria e nove torneiras.
A povoação ganhou também infra-estruturas veterinárias, compostas por manga de vacinação, três currais, sala para o tratamento do gado, banheiro, tanque de 25 mil litros ligado a um bebedouro para o gado.
A construção dos empreendimentos está orçada em 30 milhões de kwanzas, no âmbito do Programa FRESAN, financiado pela União Europeia e co-gerido pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P.
Ao intervir no acto de inauguração, a coordenadora geral do FRESAN, Patrícia de Carvalho, disse que o sistema dará acesso ao consumo da água potável a quatro mil 500 habitantes da região e a seis mil animais.
Lembrou que o foco para a concretização deste objectivo é assegurar o acesso a água às comunidades.
Referiu que a inauguração do sistema, ocorre numa altura em que se comemora o Dia Mundial da Água, daí a necessidade de se reflectir sobre a disponibilidade deste precioso líquido.
A autoridade tradicional da aldeia de Tangandiva, José Luís, agradeceu a iniciativa do governo local e da FRESAN, por terem pensado em construir o sistema de água e a manga de vacinação na zona.
“Com este sistema o nosso problema ficou resolvido, porque, antes para termos acesso a água, percorremos 24 quilómetros de ida e volta, até o rio, na localidade de Shipelongo”, afirmou.
José Luís solicitou ao governo a construção de uma chimpaca na povoação, para o aproveitamento da água da chuva.
A povoação da Wia, na comuna da Cahama, conta com quatro mil 500 habitantes, divididos nas localidades de Tangandiva, Ngondo, Tchihalaveia e Vime.
Por seu turno, o governador em exercício do Cunene, Apolo Ndinoulenga, considerou que o sistema de água e a manga de vacinação e seus componentes são ganhos importantes para as comunidades.
Apolo Ndinoulenga pediu a manutenção regular e fiscalização das infra-estruturas comunitárias.
O FRESAN é um programa de fortalecimento e resiliência e de segurança alimentar e nutricional em Angola, financiado pela União Europeia, num valor de 65 milhões de euros.
A acção visa reduzir a fome, pobreza e vulnerabilidade das comunidades afectadas pela seca nas províncias da Huíla, Cunene e Namibe. PEM/LHE/AL