Luanda- A Polícia Nacional procedeu, esta terça-feira, em Luanda, ao relançamento da Brigada de Segurança Escolar (BSE), para manter a ordem e tranquilidade públicas nos estabelecimentos de ensino.
A Brigada de Segurança Escola foi criada em 2003, mas nos últimos anos verificou-se a ausência de agentes da polícia nos estabelecimentos escolares, factor que propiciou o crescimento da onda de brigas entre os alunos.
Em declarações à imprensa, o porta-voz da Polícia Nacional, Nestor Goubel, disse tratar-se de um órgão operativo do Comando Provincial, destacado nas escolas da capital do país com objecto de traçar estratégias, metodológicas de intervenção policial, social e cultural nas instituições de ensino.
Explicou que, nos últimos anos, não havia necessidade de existir as brigadas nas escolas, mas, ultimamente, a realidade mostrou ser importante a intervenção deste órgão.
Afirmou que a Brigada Escolar busca desenvolver nos estudantes e nos profissionais hábitos preventivos, promover mudanças de comportamento, multiplicar medidas preventivas e capacitar a comunidade escolar acerca dos eventos danosos, naturais ou provocados.
Segundo Nestor Goubel, a Brigada pretende ainda melhorar o patrulhamento de proximidade e continuar os encontros dos conselhos comunitários de segurança escolar, criados em todas as instituições de Luanda, para ouvir os problemas de comunidade estudantil e buscar soluções.
“Vamos reforçar as parcerias com outros autores sociais, directores, pais e encarregados de educação, para podermos dar maior dinâmica na fluidez de informação junto dos estudantes e as comissões de pais, conduzir a planificação da intervenção policial, bem como melhorar o trabalho do Gabinete de Conselhos e Apoio à Prevenção Criminal, órgão que analisa todos os casos que envolvem os alunos nas escolas da capital” disse.
Por sua vez, o vice-governador de Luanda para o Sector Político e Social, Manuel António Gonçalves, afirmou que pretende-se com o relançamento da Brigada Escolar a prevenção de determinadas situações que vêm ocorrendo a nível das escolas do país, em geral, e de Luanda, em particular.
Precisamos estabelecer essa ligação entre as forças policiais e a comunidade estudantil, prosseguiu, não só no sentido de reprimir ou afastar aquelas situações menos boas, mas, sobretudo, o trabalho de proximidade.
Segundo Manuel António Gonçalves, Luanda conta para o ano lectivo 2023/2024 com mais de 500 escolas públicas, 200 escolas público-privadas e com mais de um milhão e quinhentos alunos.
Os actos de violência nas escolas públicas e privadas tornaram-se frequentes no país, muitas vezes com o envolvimento de grupos organizados que levam à insegurança às salas de aula.
No ano transacto, foram notórios dois casos de agressão entre adolescentes nas escolas que viralizaram nas redes sociais, sendo um de duas adolescentes de um colégio privado, na província de Benguela, e outro no Instituto Médio Educação de Luanda (IMEL), onde adolescentes agrediram brutalmente um colega.
Para além dos que chegam ao conhecimento por denúncia pública, via redes sociais, existem outros que ficam pela instituição, preocupando alunos e autoridades.
A psicóloga Kanguimbo Ananás considera que as agressões, que recorrentemente acontecem nas escolas do país, beliscam o processo de ensino, bem como obrigam a reflectir sobre o papel dos pais na educação dos filhos.
No seu entender, os encarregados de educação devem conhecer melhor os educandos, pelo que é necessário responsabilizar as famílias para que os filhos não tenham comportamentos desviantes e saibam cultivar o amor ao próximo. LIN/ART