Lubango – Dois cidadãos suspeitos dos crimes de exploração e tráfico de menores da etnia “Muila”, do sub-grupo Nyaneka, foram detidos, quarta-feira, pelo Polícia Nacional na província da Huíla.
Os dois cidadãos acolhiam em quintais mais de 300 crianças, alegadamente por questões de “solidariedade”.
Entretanto, a polícia suspeita que as crianças eram obrigadas a pedir esmolas nas ruas do Lubango, submetidas a trabalhos forçados e também à prostituição.
A informação foi prestada hoje, quinta-feira, à Angop, pelo comandante provincial da corporação, comissário Divaldo Martins, referindo que na operação foram identificados outros locais nos bairros Calumbiro, Comandante Cowboy e Industrial, todos no Lubango, onde crianças vulneráveis, com realce para as da etnia Muila, passam situações de “absoluta precariedade”.
Complementarmente a estas acções, conforme o oficial superior, em cooperação com o congénere do Namibe, será reforçada a fiscalização na fronteira entre as duas províncias, com o objectivo de impedir o transporte não autorizado de menores, medida que será também adoptada entre os municípios da Chibia, Lubango e Humpata, considerado o principal corredor de entrada à capital huilana.
Fez saber ainda que em função da “gravidade” da situação, o governo despoletou um programa de emergência que consiste em identificar os locais e os menores que se encontram nessa condição e após a localização das famílias, garantir o seu regresso as áreas de origem.
Nos últimos meses, crianças idas de aldeias da Chibia, Humpata, Gambos e arredores da cidade do Lubango, com dificuldades de se pronunciarem em português, enchem portas de supermercados, lojas, restaurantes e outras deambulam pelas artérias da cidade pedindo esmolas, mas presumisse que sejam seguidas por adultos a quem prestam contas.