Lubango- Três enfermeiras da Maternidade do Lubango “Irene Neto” foram detidas, nesta quarta-feira, pela Polícia Nacional (PN), suspeitas de estarem envolvidas numa associação criminosa que cobrava aos cidadãos de 150 a 200 mil kwanzas por uma vaga no Instituto Técnico de Saúde nº 1831, do Lubango.
A associação criminosa é composta por cinco pessoas e foi desmantelada pela Secção de Investigação de Ilícitos Penais do Lubango, suspeita dos crimes de falsificação de documentos, de selo cunho e marca, falsa identidade e burla qualificada numa instituição escolar.
Trata-se de três funcionárias da Maternidade do Lubango, de 27, 37 e 41 anos de idade, um cidadão identificado já sob custódia da PN e outro em fuga, que supostamente burlaram mais de 30 cidadãos com tal prática, de cobrança por vaga na também conhecida escola técnica de saúde Ana Paula, com instalações na Centralidade da Quilemba.
A informação foi avançada à ANGOP hoje, quinta-feira, nesta cidade, pelo porta-voz da PN na Huíla, inspector-chefe José Nongava, referindo que, para passarem despercebidos, os cidadãos em causa produziram um carimbo a óleo com o logótipo da escola e através deste “autenticaram” várias listas de turmas da 10ª a 13ª classes, supostamente inscritos no ano lectivo 2024-2025.
Esses trabalhos envolviam o scanner das listas reais da escola, inseriam os nomes das vítimas e depois mandavam aos visados como uma prova de que estavam matriculados na instituição de ensino.
Detalhou que uma das enfermeiras tem parente na instituição escolar que no ano lectivo anterior supostamente cedeu-lhe uma vaga, razão pela qual a mesma aliada aos outros quatro decidiram inicial tal acção ilegal.
Indagados sobre os factos, os suspeitos, segundo a fonte, responderam que a elas apenas cabia a tarefa de recrutar candidatos e receber os valores cobrados com os respectivos processos e posteriormente entregavam a um senhor identificado por “Salomão”, em fuga, que de forma fraudulenta criava toda engenharia do processo.
“Segundo os presumíveis autores, o cidadão em fuga supostamente trabalha na secretaria da instituição de ensino, mas diligências feitas pelo SIIP apontam que o suposto teria assumido uma identidade falsa, de um funcionário da instituição, razão pela qual as investigações continuam”, explicou.
Ressaltou que em posse dos detidos foram apreendidos 14 pastas de processos de documentos básicos para uma matrícula e oito listas de turmas diferentes, que mostram a efectuação das supostas matrículas.
Quanto às mais de 30 vítimas da burla, supostamente inseridas nas listas, foram afastadas da escola por seus nomes não constarem das turmas oficiais da instituição, razão pela qual levou o descontentamento das mesmas, o que incentivou à denúncia. EM/PLB