Lubango - O Programa Alimentar Mundial (PAM) disponibilizou, este ano, um milhão e quinhentos mil dólares para apoiar as famílias assoladas pela seca nas províncias da Huíla e do Cunene.
O dinheiro faz parte da nova actuação do PAM, da assistência alimentar indirecta, através do apoio com base na promoção do desenvolvimento das comunidades em situação de vulnerabilidade, mediante compra da produção.
O valor monetário reforça o já existente de distribuição de bens alimentares à população de mais de três milhões de dólares, cuja situação de vulnerabilidade exige uma actuação de emergência, na vertente promoção do desenvolvimento.
A informação foi dada hoje, quarta-feira, no Lubango, pelo representante do PAM em Angola, José Carlos Ferrão, tendo afirmado que a acção de distribuição de alimentos vai continuar, mas pelas mãos do Serviço de Protecção Civil e bombeiros, dada a sua experiência nesse ramo.
Destacou que o PAM agora já não é uma Agência de emergência, estando mais virado ao desenvolvimento das comunidades, por isso não vai mais importar alimentos, pretende adquiri-los aos agricultores locais para a população local.
“Nós gostávamos numa primeira fase assistir as famílias mais vulneráveis e ao mesmo tempo, comprar localmente os alimentos, de modo a que os pequenos agricultores tenham a oportunidade de vender a sua produção”, realçou.
Por sua vez, o comandante provincial-adjunto do Serviço de Protecção civil e Bombeiros, Manuel Lubango, agradeceu a parceria do PAM na mitigação dos efeitos da seca, pois as suas disponibilidades e capacidades têm sido uma mais-valia para dar resposta a esse fenómeno.
No final do mês de Dezembro de 2021, a província da Huíla recebeu do PAM um armazém móvel com capacidade para 500 toneladas de bens e surgiu em função de um estudo sobre segurança alimentar e nutricional realizado na região Sul.
O estudo realizado Ministério da Agricultura e Florestas, entre Julho a Setembro deste ano, aponta que um milhão, 320 mil pessoas de 17 municípios das províncias da Huíla, Namibe e Cunene vivem um estado de insegurança alimentar grave, fruto da seca que afecta a região Sul de Angola.