Malanje- Duzentos e nove milhões de dólares norte americanos, são necessários para aquisição de equipamentos diversos e meios para a desminagem no país, e tornar-lo livre de minas.
A informação foi dada hoje, pelo coordenador nacional de desminagem, Edgar Lourenço, durante uma reunião de auscultação do Conselho da Administração Municipal de Malanje sobre o nível de contaminação de minas e outros engenhos explosivos.
Explicou que nesta altura o país controla mil e 16 zonas suspeitas de minas, que compreendem a 67 milhões 432 mil e 189 metros quadrados, que carecem de desminagem, tendo acrescentado que o Executivo pretende até 2025, livrar de minas, pelo menos sete províncias do país.
Disse haver um plano contínuo de intervenção, envolvendo organizações não governamentais nas províncias onde actualmente decorrem operações de limpeza de terras minadas, para além do reforço gradual da capacidade dos operadores nas regiões com maior contaminação.
Por sua vez, o administrador municipal de Malanje, Mário Machado considerou que as minas na circunscrição representam um perigo para a população e para a economia, pois limitam a exploração das terras aráveis e colocam em risco a segurança alimentar e física das famílias.
Reafirmou o compromisso da Administração Municipal de Malanje continuar a trabalhar para garantir a desminagem, sobretudo dos campos de cultivo.
Enquanto isso, o responsável da Agência Nacional de Acção Contra Minas (ANAM), em Malanje, Sérgio Ngunza assinalou que na província estão identificadas 71 novas áreas potencialmente suspeitas de minas, em 10 dos 14 municípios, com excepção do Kunda-dya-baze, Kiwaba Nzoji, Cahombo e Quirima.
Apontou ainda 17 outras áreas, por se fazer prospecção de minas, nas localidades de Marimba, Massango, Luquembo e Quela, o que não acontece até ao momento por dificuldades de acesso.
No município de Malanje, existe nove zonas confirmadas de evidências de minas, nomeadamente o Centro de Selecção das Forças Armadas Angolanas (FAA), Base Logística das FAA, Aeroporto Provincial, arredores do sector do Quissole, entre outras, para além de que foram já desminadas 74 áreas nas comunas de Ngola Luije e Cambaxe.
Sérgio Ngunza manifestou o interesse de se continuar a trabalhar nas actividades de sensibilização, educação sobre o risco de minas e outros engenhos explosivos nas comunidades, responder denúncias de existência de engenhos explosivos não detonados, bem como na monitorização dos trabalhos em curso de desminagem na província.
Encontros de auscultação sobre a problemática das minas foram realizados em simultâneo nos municípios do Quela, Luquembo e Cangandala, com participação de membros dos Conselhos Locais de Auscultação das Comunidades, órgãos de defesa e de segurança, entre outros. RM/NC/PBC