Menongue - Pelo menos 39 campos antes minados, dos 153 identificados no projecto de Conservação Transfronteiriça Okavango-Zambeze, no Cuando Cubango, estão livres de minas, numa acção desenvolvida desde 2020 pela ONG Britânica The Halo Trust.
Essas áreas correspondem a 30 milhões, 102 mil e 849 metros quadrados.
Em declarações, terça-feira, à ANGOP, o representante da Agência Nacional de Acção Contra Minas (ANAM) no Cuando Cubango, Marcial Cativa, considerou positiva a execução do processo de desminagem na referida área, onde faltam 114 campos por livrar de minas, uma empreitada que pode terminar em finais de 2025.
No projecto KAZA TFCA da Área Transfronteiriça de Conservação do Okavango – Zambeze se pretende a utilização responsável dos recursos da bacia do Okavango para fins turísticos, a conservação da biodiversidade e o fomento do desenvolvimento sustentável da região.
Está a ser implementado por cinco Estados, nomeadamente Angola, Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe, mas, até ao momento, Angola é o país que menos se desenvolveu por causa das áreas minadas, as quais inviabilizam a construção de infra-estruturas.
O projecto Okavango - Zambeze tem uma dimensão de 278 mil quilómetros quadrados, dos quais Angola possui 87 mil quilómetros quadrados.
Outras áreas minadas e novos equipamentos
O representante da ANAM anunciou a chegada, nos próximos dias, em Menongue, de novos equipamentos para a desminagem na Estrada Nacional Cuito Cuanavale/Mavinga, uma tarefa que será levada a cabo pelo Centro Nacional de Desminagem (CND) e pela Engenharia Militar das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Depois da entrega dos equipamentos ao governo da província, seguirá o processo de formação de formadores para a campanha de sensibilização sobre o perigo de minas em todas as comunidades dos municípios do Cuito Cuanavale e Mavinga, no sentido de evitar possíveis acidentes.
Por outro lado, anunciou, para dentro de dias, o início do processo de avaliação do troço Caiundo/Savate, estrada EN 140, sobretudo na área onde serão extraídos os inertes para a sua reabilitada, no sentido de garantir a segurança da empresa que irá executar as obras.
Marcial Cativa informou que, até ao momento, a ANAM no Cuando Cubango controla 212 áreas por desminar.
O processo de desminagem no Cuando Cubango é executado por uma brigada do Instituto Nacional de Desminagem (INAD), quatro brigadas das Forças Armadas Angolanas (FAA), uma do Centro Nacional de Desminagem (CND), The Halo Trust com 74 equipas, uma pela Polícia de Guarda Fronteira e outra brigada da empresa SOC.
Informou que, de Janeiro a Setembro, foram clarificados 857 mil 262 metros quadrados, onde foram detectadas e destruídas mil 250 minas anti-pessoal, 556 minas anti-tanque, 542 uxos e mais de 363 munições diversas, nos municípios do Cuito Cuanavale, Mavinga e Rivungo.ALK/JSV