Luanda - Um projecto para promover os direitos das mulheres, jovens e crianças, designado "Kíua", foi lançado, esta quinta-feira, em Luanda, pela Organização Não Governamental angolana "Angola 2000".
A iniciativa visa ajudar na promoção e divulgação dos direitos desta franja da sociedade, bem como ajudar a denunciar abusos de violência sexual dentro das famílias e não só.
No primeiro trimestre de 2023, segundo dados do Instituto Nacional da Criança (INAC), foram registadas duzentas e 96 denúncias de violência contra crianças, 16 das quais de abuso sexual.
Conforme os dados do INAC, Luanda é a província que regista o maior número de casos de violência sexual contra raparigas e crianças, com uma média diária de 12 casos.
Segundo o presidente da Angola 2000, Cirilo Mbange, o projecto terá duração de três anos e vai abranger os municípios de Luanda, Icolo e Bengo e Quissama.
"O número de mulheres e crianças que sofrem de abuso sexual é assustador, por isso, queremos dar maior atenção a esse assunto. Todos os dias temos notícias sobre esse triste assunto", defendeu.
Acrescentou que até ao final do projecto prevê-se dar suporte a, pelo menos, duzentas e 40 raparigas vítimas de violência sexual.
O suporte, prosseguiu, será jurídico e psicológico, porquanto constatou-se que muitas dessas raparigas e crianças não têm nenhum tipo de acompanhamento, o que muitas vezes leva-às à depressão.
O responsável apelou para o apoio das associações públicas e privadas, de forma directa ou indirecta, no combate ao abuso sexual.
"Sabemos que não podemos acabar com esse mal, mas, se nos juntarmos, acrescentamos que podemos diminuir o número desse mal que tem afectado a nossa sociedade", finalizou. LIN/VIC