Huambo – A secretária adjunta da OMA na província do Huambo, Maria Catuvala, reiterou, esta segunda-feira, o apelo à denúncia contra o abuso sexual de menores, na sua maioria, acobertado pela própria família, por vergonha ou medo.
A responsável da organização feminina do MPLA falava durante uma palestra sobre o “Abandono familiar e o abuso sexual”, que marcou abertura das jornadas dos 16 dias de activismo na luta contra a violência no género nesta região do país.
Na ocasião, Maria Catuvala disse que a OMA constata a existência de muitos casos de violência sexual nas crianças e adolescentes e, dada a preocupação, está a passar mensagens de que existem leis em Angola, que punem, exemplarmente, os prevaricadores, para a redução deste mal social.
“A maior parte dos casos de violência sexual estão a acontecer no ambiente familiar e o apelo que temos passado às mamãs é para denunciarem, pois isto traumatiza os meninos e as meninas, que crescem com uma mente deturpada, por este acto praticado pelo padrasto, avó, tio, irmão ou sobrinho”, lamentou.
Maria Catuvala disse que durante as jornadas dos 16 dias de activismo, baseado na violência no género na província do Huambo, serão realizadas palestras nos 11 municípios, para que a sociedade reflicta sobre o impacto negativo deste fenómeno maléfico.
O objectivo, segundo a responsável, é consciencializar a população, em geral, pelo facto de a violência não ocorrer apenas contra as mulheres, mas, também, nas crianças, adolescentes e homens.
Informou que o Secretariado da OMA na província do Huambo registou, este ano, 20 casos de violência doméstica, contra 50 de 2023, dos quais alguns foram encaminhados às autoridades judiciais, por ultrapassarem as suas competências.
Por seu turno, a jurista Yolanda Chingongo, ao ministrar a palestra sobre “Abandono familiar e o abuso sexual”, disse ser um fenómeno maléfico que tem assolado as famílias, sobretudo, as mulheres, crianças e adolescentes, que encontram um aparo jurídico, com leis do país que criminalizam a prática.
Lamentou o facto de os casos tenderem a aumentar, por falta de denúncias, não obstante o envolvimento das autoridades para o apelo a não encobrirem os prevaricadores.
Exortou o envolvimento das organizações não-governamentais na sensibilização da sociedade, para a redução destes casos, que tem muitas consequências para o bem-estar do futuro do país.
A OMA foi fundada em 1961 em Leopoldville, actual República Democrática do Congo, por um grupo de mulheres angolanas, filiadas na associação filantrópica denominada “Kudiango”. ZZN/JSV/ALH