Ondjiva - O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, considerou, esta terça-feira, satisfatório o grau de execução física das obras de construção das barragens do Ndué e de Calucuve, dois dos projectos estruturantes de combate à seca na província do Cunene.
Trata-se da construção de duas barragens dos Lotes 03 e 05, inseridas na bacia do Cuvelai, que após conclusão vão beneficiar 136 mil pessoas, 260 mil cabeças de gado, para além de permitir a irrigação de 11 mil 600 hectares de terrenos agrícolas.
Em declarações à Imprensa, o governante disse que, apesar de alguns constrangimentos registados no início do projecto, os trabalhos decorrem em bom ritmo, prevendo a sua conclusão nos prazos estabelecidos.
“Com os trabalhos desenvolvidos, podemos garantir que até 2025 teremos as duas barragens e canais concluídos, esperando que haja um bom ciclo chuvoso, com a disponibilidade de água suficiente”, enfatizou.
João Baptista Borges disse que as duas obras vão integrar o lote de projectos estruturantes da margem esquerda do rio Cunene, no âmbito do programa de combate à seca nesta região.
Com estas duas barragens e canais associados a serem construídos, prosseguiu, será concluído o conjunto de obras estruturantes iniciado com o canal do Cafu e resolver os problemas cíclicos da seca na província do Cunene.
Em termos de disponibilidade financeira, o governante admitiu a existência de alguns problemas que levaram ao atraso de pagamento, realçando que a situação está a ser acautelada junto do Ministério das Finanças.
O ministro apontou o reassentamento do agregado populacional residente ao longo do perímetro do traçado do projecto, cujo processo está a ser realizado pelas autoridades administrativas locais.
Nesta senda, argumentou que nenhuma família deverá estar neste perímetro aquando do início do enchimento de modo a garantir segurança das populações.
Estado de Execução das empreitadas
Em termos percentuais, o fiscal de obras da barragem do Ndué, Tomás Liz, apontou para um grau de execução física de 23 por cento e financeira de 24 %.
Disse que a infra-estrutura, que está ser erguida na bacia do Cuvelai, mas na zona do rio Ndué, durante 30 meses, está a ser implantada numa área de 17,14 quilómetros quadrados.
Fez saber que actualmente estão em curso trabalhos de sinalização das escavações, betonagem da galeria da parte principal e dos carregadores de cheia.
Após estas acções, será realizado o início a parte principal do aterro do núcleo das laterais e fomentação, cuja barragem terá 26,3 metros de altura e mil 260 de cumprimento.
A barragem será integrada por uma rede de canais condutores de 75 quilómetros até ao município de Namacunde, passando pelas comunas Cubati (Cuvelai) e Oshimolo (Cuanhama), bem como 15 chimpacas.
Por seu turno, o director de fiscalização do Calucuve, Carlos Travelho, disse que as obras estão a 16 por cento de execução física, devido alguns constrangimentos de solo que obrigaram alterações da situação geológica da área de implementação.
Esclareceu que a barragem com 19 metros de altura e um volume de armazenamento de 141 milhões de metros cúbicos de água, terá uma rede de canais, com uma extensão de 111 quilómetros e mais 44 chimpacas.
Fez saber que neste momento decorrem trabalhos de saneamento, escavações do núcleo da barragem, descarregadores de cheias e do canal associado da galeria de desvio.
O ministro, que encontra-se em jornada de trabalho de três dias ao Cunene, tem como actividades para esta quarta-feira deslocações aos municípios da Cahama e do Curoca, para constatar o grau de execução dos projectos dos lotes 07, 08 e 09 da margem direita do rio Cunene e as obras das barragens de Katchavali e Ndalele.
O programa será antecedido pelo lançamento da obra de construção de uma escola de 12 salas de aulas, no âmbito do projecto social da Sinohyidro na localidade do Eko, bem como a entrega de duas esquadras policiais ao longo do canal do Cafu. FI/LHE/VIC