Luanda - O escritor Carmo Neto acentuou, nesta quinta-feira, em Luanda, o papel do Estado para uma maior produção e circulação do livro, a fim de estimular o desenvolvimento da actividade editorial em Angola e promover o crescimento da indústria livreira.
Em mais uma “Conversa da Academia à Quinta-feira”, realizada via Zoom, Carmo Neto defendeu que o livro: “O Decreto Presidencial para a Política Nacional do Livro e a Promoção da Leitura”, aprovado em 2011, necessita de ser regulamentado para viabilizar medidas a favor das actividades livreira, editorial e gráfica.
A conferência semanal organizada pela Academia Angolana de Letras, que teve como tema a “Vida e obra de Carmo Neto”, registou a participação de individualidades da vida académica e social de Angola, Brasil, Itália e Portugal.
O escritor, que é membro fundador da Academia Angolana de Letras, referiu que a regulamentação da política do livro poderá estimular o desenvolvimento da actividade editorial em Angola, promover o crescimento da indústria livreira, incentivar as instituições financeiras a estabelecerem programas e linhas de crédito para o livro.
Considerou, também, que a regulamentação da política do livro pode permitir a atribuição de tarifas especiais para o transporte do livro pelos serviços de correios e de transportes.
Pode igualmente garantir a redução de taxas e tarifas pelo desembaraço aduaneiro do livro científico, literário, artístico ou pedagógico e dos meios destinados à indústria gráfica: “O livro deve ter a protecção do Estado”, sublinhou o escritor, jornalista e jurista.
Carmo Neto provocou ainda reflexões sobre a circulação do livro em Angola e no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Temos cada vez menos livrarias em Angola. Praticamente, acabaram-se as livrarias. Mesmo a circulação do livro na CPLP precisa de convénios e mais encontros entre escritores da comunidade, para fazer fluir o livro e lermo-nos mais”, desabafou.
A próxima Conversa da Academia à Quinta-feira será dedicada ao Dia de África, que se assinala a 25 de Maio, com a realização de uma mesa redonda intitulada “De África para as Áfricas diasporizadas do Mundo”.