Lubango - As mulheres apoiadas pela Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) na Huíla e parceiras enalteceram hoje, terça-feira, o impacto “positivo” dos encontros anuais da organização, direccionados ao género, para a melhoria da sua condição social e da afirmação na sociedade.
Ao reagir durante o XIII Encontro Anual das Mulheres da ADRA e Parceiras, realizado no Lubango, a Albina Alfredo, dos Gambos, referiu que estão mais “despertadas” e já aprenderam questões ligadas aos seus direitos e empoderamento, assim como práticas sustentáveis comunitárias que outrora não sabiam.
Nos desafios, a agricultora, apontou a necessidade de terem algum auxílio nas questões de desenvolvimento de pequenos negócios para mitigarem o problema da fome, causado pela seca que assola o município.
Outra mulher apoiada é a Josefa Kacopeco, da Humpata, a que participa pela terceira vez no encontro, avançou que os temas debatidos têm mudado o quotidiano nas suas localidades, com o reforço da higienização das casas, o que tem diminuído o surgimento de doenças causado débil saneamento.
“Com a ADRA, as comunidades apoiadas têm mais informação e formação em diversas áreas, com destaque para técnicas para trabalhos de campo. A organização deve continuar e a levantar outras mulheres que ainda não estão inseridas em cooperativas para disseminar os conhecimentos”, continuou.
Já a Amélia Afonsina, da Chibia, que participa pela primeira vez, disse que o objectivo é aprender e disseminar para outras que não apeteceram no encontro, pelo que ainda se deparam com o desfio de empoderamento da mulher no município.
Por sua vez, a presidente da Juventude Ecológica Angolana (JEA) da Huíla, Helena Felisberto, ressaltou a necessidade do reforço da sustentabilidade ambiental nas zonas rurais, para que as mulheres consigam viver com os próprios recursos, mitigando o excesso de dependência, assim como ter uma consciência de respeito pelo meio ambiente.
Por conseguinte, a assistente de projectos da ADRA- Antena Huíla e Namibe, Anastácia Tchilete, frisou que o encontro representa um espaço de reflexão no quadro de implementação do plano estratégico no Programa de Cidadania e Advocacia Social, uma oportunidade para que as mulheres possam emitir a sua opinião de diversos temas que afectam as suas vidas.
Fez saber que na Huíla apoia nove mil 352 mulheres apoiadas pela ADRA e pretende alargar o encontro para municípios que a organização tem intervenção, nomeadamente Gambos, Humpata, Chibia, Cacula e Caluquembe.
A ADRA realiza desde 2009, os encontros das mulheres da ADRA, tendo em 2011 passado a incluir mulheres de outras organizações, fruto das reflexões sobre as questões de género e direitos das mulheres, como tentativa de ser um espaço de reflexão sobre a condição da mulher e as possibilidades da melhoria dos seus níveis de desenvolvimento profissional e da sua afirmação em lugares de tomada de decisão.
O XIII Encontro das Mulheres da ADRA e Parceiras, desencadeou uma reflexão sobre o contributo da mulher na prevenção e sustentabilidade do meio ambiente, sobre como a sociedade em particular a família encara as responsabilidades profissionais e domésticas da mulher, bem como fazer uma reflexão a volta dos factores que influenciam na saúde mental da mulher.
Este evento enquadra-se, também, nas reflexões dos 16 Dias de Activismo Contra Violência de Género, que é uma campanha internacional de combate à violência contra mulheres e meninas. EM/MS