Luena - Dezassete mil 534 casos de gravidez precoce foram registados pelas autoridades sanitárias da província do Moxico, nos últimos dois anos, soube, nesta quinta-feira, à ANGOP.
Os casos foram registados maioritariamente em raparigas de 14 e 15 anos de idade, nos nove do Moxico, com o município sede a liderar fenómeno com 10 mil e 18 raparigas grávidas, seguido do Luau (2.542) e do Alto-Zambeze com mil 902, enquanto Luchazes a região com menor índice (103).
A directora do Gabinete da Acção Social, Família e Igualdade do Género (GASFIG), no Moxico, Yolanda Mutondo, que falava durante um workshop sobre gravidez e casamento precoce, sem apresentar números comparativos do período anterior, disse que os casos em registado aumento em todos os anos.
A falta de informação sobre a saúde reprodutiva, disse, é a principal causa deste fenómeno na região.
A responsável apelou aos pais e encarregados de educação a contribuírem no reforço da sensibilização sobre o sistema reprodutivo da mulher, mormente, os temas sobre ciclo menstrual, sexualidade, namoro, cuidado e perigo na adolescência.
Acrescentou que muitos pais têm obrigado as filhas a se casarem prematuramente, na maioria das vezes com pessoas adultas, que submetem as jovens à violência doméstica, e outros males.
Já a especialista do género da Comissão Nacional da Acção Social, Susana Simão, ao dissertar "A cultura como factor preponderante na erradicação da gravidez e casamento precoce", defendeu a intensificação na sensibilização das famílias e líderes nas comunidades, com vista a se desencorajar tais práticas culturais nocivas, que impedem o normal crescimento e desenvolvimento das meninas.
Prosseguiu que é necessária a promoção de fóruns de discussão e debates sobre o impacto negativo da gravidez e casamento prematuro, recolha de contributos para o reforço do Programa Nacional de Erradicação da Gravidez e Casamento Precoce (PNEGP).LTY/TC/YD