Huambo – Trinta e dois cadáveres, entre crianças e adultos, foram abandonados, há seis meses, na morgue do Hospital Geral do Huambo (HGH), revelou, esta terça-feira, o director da unidade sanitária, Hamilton dos Prazeres Tavares.
Ao falar à ANGOP, o responsável mostrou-se preocupado com a situação, pois a morgue da maior unidade hospitalar da província tem a capacidade conservar 27 corpos em igual número de gavetas.
Hamilton dos Prazeres Tavares, que alega haver dificuldades em contactar os familiares para realizarem as exéquias, diz que a instituição está sem espaço para receber novos corpos, tanto de mortes hospitalares, como extra-hospitalares.
Disse tratar-se de um “exercício enorme” a conservação dos corpos na morgue do Hospital Geral, visto que, em alguns casos, são colocados dois cadáveres na mesma gaveta, por falta de espaço.
Face a esta situação, o gestor sanitário disse estar a aguardar pelo pronunciamento da Administração municipal do Huambo para o enterro colectivo, numa altura em que já foram adquiridos os caixões.
O responsável precisou que as despesas para o enterro colectivo têm sido bastantes altas, quer para o hospital, quer para a Administração municipal do Huambo, daí a necessidade das famílias prestarem maior atenção aos ente-queridos.
Refira-se que a realização do funeral colectivo dos 32 corpos abandonados, prevista para breve, está avaliada em mais de dois milhões de Kwanzas.
O último funeral colectivo, realizado pelo Hospital Geral do Huambo e a Administração municipal, decorreu em Julho de 2022.
Dados divulgados recentemente pela direcção do Hospital Geral do Huambo indicam que a taxa de mortalidade baixou em 1 por cento, em 2022, comparativamente aos 7% de 2021.