Icolo e Bengo - Os moradores do Projecto Quiminha, no município do Icolo e Bengo, estão privados do fornecimento de água potável há mais de dois meses, em virtude de uma suposta falta de pagamento de energia a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), soube-se esta quinta-feira.
De acordo com o morador João Cassule, por causa de uma eventual dívida na ordem dos kz 700 milhões, contraída pela direcção do projecto Quiminha, a ENDE desativou o posto de transformação que alimenta energia às bombas de água desse perímetro agropecuário.
"Nós não temos culpa se a direcção do projecto deve a ENDE porque a nossa energia é pré-paga, então não entendemos porquê somos penalizados", lamentou uma moradora sob anonimato.
Em virtude dessa situação, os moradores das 310 residências do Projecto são obrigados a acarretar o líquido com auxílio de motas de três rodas, em chafarizes do bairro Quilómetro 44, cerca de três quilómetros, das suas residências.
Além das dificuldades com o consumo doméstico, temem que com o fim da época chuvosa, venham a ter problemas para irrigar os seus campos agrícolas, uma vez que são todos detentores de produção dependente dessa água por nessa altura.
Por sua vez, contactado pela ANGOP, via telefone, o responsável adjunto do Projecto Quiminha, Hermenegildo da Cruz Vieira Dias, que minimizou o problema, confirmou o facto de terem contraído uma dívida a ENDE em valor que se negou a dizer, mas que, segundo o próprio, já está solucionada e a qualquer momento restabelecerá o fornecimento de água ao projecto.
"Tudo não passa de uma farsa porque estão a poucos dias sem água. O problema careceu de um processo e tivemos que negociar com a ENDE e que já está solucionado", confirmou, Hermenegildo da Cruz Vieira Dias.
O Projecto de Desenvolvimento Integrado da Quiminha, localizado a cerca de 50 quilómetros do centro da cidade de Luanda, começou a ser projectado pelo Estado em 2012, num espaço de cinco mil hectares para ser o maior programa agro-pecuário do país. AJQ