Luanda - O ministro das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, disse que o sector está engajado no projecto de tecnologia espacial, denominado “Sistema de apoio às políticas de combate à seca no sul de Angola”, que estuda este fenómeno natural.
O ministro falava durante um encontro de apreciação sobre a situação da seca em Angola, realizado esta segunda-feira, em Luanda, entre a direcção do MINTTCS e a investigadora norte-americana Danielle Wood.
Segundo Mário Oliveira, o projecto foi criado para ajudar a mitigar o impacto da seca no país e vai de encontro com a contribuição das telecomunicações e tecnologias de informação, em todo um ambiente socioeconómico do país.
Para o governante, o projecto, lançado há mais de um ano pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), é um grande contributo para o desenvolvimento do país.
O mesmo é implementado em parceria com o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) dos EUA.
Com um prazo de execução de três anos, o plano é encabeçado pela investigadora norte-americana e directora do Space Enabled Research Group (MIT Media Lab), Danielle Wood, e tem o suporte financeiro da Agência Espacial Norte-americana (NASA), avaliado em 550 mil dólares.
De acordo com o ministro, o referido projecto vai permitir, com os recursos das plataformas espaciais, um estudo da demografia e densidade populacional, assim como de questões severas do ponto de vista ambiental, de modo a possibilitar à adopção de um conjunto de medidas para a melhoria da qualidade de vida das populações e crescimento da economia.
Fez saber que ao longo dos trabalhos realizados, foram produzidos vários mapas de identificação e recolhido um conjunto de informações.
Para o dirigente, um país não consegue tomar decisões sem estudo e estatística. Ao se usar esta tecnologia, será possível criar uma base de dados que vai permitir decidir e ultrapassar as situações climatéricas naturais que o homem não controla.
“O homem não controla por si só a seca, mas hoje em dia possui outras condições a sua volta, recorrendo a estudos científicos para minimizar está problemática, de forma que as populações e a economia não sofram muitos danos no período de desastre ambientais e naturais”, avançou.
Por sua vez, a professora e investigadora da área espacial, Danielle Wood, disse que a reunião serviu para trazer algumas actualizações do projecto, em função dos trabalhos que têm sido desenvolvidos para criar mapas sobre o estado da seca em Angola
Referiu que o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), tem estado a utilizar dados para mapear a questão socioeconómica e vulnerabilidade ambiental.
Adiantou que será criado um sistema de informação com o pessoal do GPPEN, para o ministério angolano, no sentido de ajudar na tomada de algumas decisões.
“Já tivemos muitos progressos que ajudam a determinar, em cada ano, os níveis da seca. Para dar nuances aos trabalhos, neste momento estamos a solicitar apoio dos ministérios para a obtenção dos dados daquilo da realidade do país”, salientou .
Aclarou que as pessoas que vivem no cunene sabem os períodos do surgimento da seca, dai a criação dos mapas para determinar onde estão situados e assim para ajudar na tomada e medida de decisão .
Fez saber que estão a ser feitos mapas de identificação para todo o país, mas especialmente para o Cunene e Huíla, cujos dados, a serem adquiridos, serão para estudar a vulnerabilidade de qualquer região do país.
A norte-americana lidera o grupo de pesquisa que utiliza satélites para resolver problemas complexos na terra, projectando sistemas inovadores que aproveitam a tecnologia espacial. EVC/OHA