Ombadja- O ministro da Agricultura, Águas e Reforma Agrária da Namíbia, Carl Schletwein, destacou, esta quarta-feira, a dimensão do Cafu, no quadro do processo de abastecimento da água à população da província do Cunene.
Em entrevista à imprensa no final da visita a estação de bombagem do Cafu, Carl Schletwein, disse ser um projecto de grande dimensão pelo investimento feito e que vai minimizar os efeitos da seca severa na região.
“Fomos convidados pelo meu homólogo angolano, João Baptista Borges, para se inteirarmos do projecto e outros partilhados no âmbito dos acordos entre os dois países”, afirmou.
Reconheceu que o empreendimento justifica um bom aproveitamento dos recursos históricos disponíveis, para a resolução do maior problema que muito afligia as famílias e o gado.
O governante namibiano realçou que as linhas traçadas em termo de infra-estruturas devem ser conservadas oarw se prevenir contra as consequências da seca.
Carl Schletwein disse que esta visita é apenas um passo para se continuar a trabalhar em conjunto, em prol da melhoria das condições de vida da populaçãobna parte norte da Namíbia e no sul de Angola.
Por seu turno, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, fez saber que a visita ao projecto do Cafu enquadra-se numa interacção com a parte namibiana, no âmbito da partilha dos recursos hídricos.
“Na base do espírito de partilhar, convidamos o lado da Namíbia para estarem por dentro do projecto muito importante no combate aos efeitos da seca”, disse.
Explicou que também partilharam informações sobre outros projectos em curso no Cunene, nomeadamente a bacia do Cuvelai, as Barragens do Ndue e Calucuve e os projectos da margem direita no Curoca e Cahama.
Lembrou que é aposta do Executivo angolano a construção de projectos do género não só no Cunene, mas também nas províncias da Huíla e Namibe, no âmbito do combate aos efeitos da seca no sul do país.
Reconheceu que os resultados ao longo do canal do Cafu, nesta altura, são visíveis, tendo em conta a satisfação da população pelo abastecimento da água e o seu aproveitamento para a prática da agricultura.
João Baptista Borges fez saber que estão a formar os técnicos, para assegurar a manutenção do Sistema do Cafu, visto que está ainda sob a responsabilidade da empresa construtora denominada Sinohydro, num período de 36 anos.
Sistema de Captação no Rio Cunene, a partir da região do Cafu
Com uma extensão de 160 quilómetros de canal aberto, 30 chimpacas e igual número de travessias para facilitar a mobilidade da população, gado e viaturas, o canal do Cafu foi inaugurado no dia 4 de Abril pelo Presidente da República, João Lourenço.
É o primeiro de um lote de cinco projectos do Governo angolano, criado no quadro do programa de acções estruturantes de combate à seca naquela região, que vai beneficiar 235 mil pessoas dos municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde.
Avaliado em 44 mil milhões, 358 milhões 360 mil e 651 kwanzas, o canal vai permitir ainda o abeberamento de 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.