Luanda – A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria Bragança Sambo, afirmou, sexta-feira, em Luanda, que o aumento do uso de tecnologia de base constitui uma das estratégias prioritárias para o alcance a igualdade de género, com vista a promoção do empoderamento das mulheres.
Essa afirmação foi feita no acto de abertura do simpósio sobre “Desafios e Oportunidades da Educação na era Digital para a Equidade e a Igualdade do Género”, reiterando a aposta de inclusão de meninas e mulheres para a promoção de maior acesso a formação e educação em áreas das ciências, tecnologias engenharias e matemáticas.
De acordo com a responsável observa-se cada vez mais o distanciamento entre os que dominam e manipulam as tecnologias, à disposição de quem tem conhecimento e poder aquisitivo e aqueles que, por dificuldades socioeconómicas, se vêem apartados dessa realidade, passando a constituir uma franja de excluídos digitais, dentre os quais as mulheres estão em maioria.
Para a ministra, um processo de ensino-aprendizagem sustentado nas tecnologias digitais pode contribuir para ultrapassar a passividade e tornar os alunos em sujeitos activos e protagonistas da sua aprendizagem.
Neste sentido, cabe ainda aos actores escolares agirem no sentido de se eliminarem todas as formas de discriminação em função do género, bem como, as relações marcadas pela desigualdade, constituindo-se parte essencial da educação para os direitos humanos e para a cidadania activa.
Reconheceu as complexidades do processo, dados os contornos socioculturais e as barreiras que persistem e que dificultam a inclusão de muitos alunos no mundo digital.
O mesmo, prosseguiu, representa um enorme desafio que exige a intervenção dos decisores políticos, dos profissionais da educação, das famílias e dos parceiros sociais, pois só uma acção conjugada e orientada pelos princípios da inclusão social e da igualdade de género.
Ainda assim, alertou que no contexto mundial actual, em que a inovação tecnológica ganha proeminência e os processos se tornam cada vez mais digitalizados, múltiplos são os desafios que se colocam às instituições e aos seus actores.
Deste modo, disse que as questões inerentes à educação digital, à equidade e à igualdade de género passam a ocupar lugar de destaque nas agendas políticas nacionais e internacionais, influenciando as próprias dinâmicas de trabalho das mais diversas instituições.
Disse que tal facto, constitui um dos pressupostos-chave para o desenvolvimento sustentável, cujas implicações incidem, de modo imediato, na efectiva participação, estimulação e valorização da igualdade de oportunidade no acesso aos mais diversos níveis de tomada de decisão na vida política, económica, social e pública, em geral.
Adiantou que assim dá-se o impacto no combate às formas elementares de discriminação contra as pessoas em razão do sexo ou género.
Fez saber que Angola como subscritora de vários compromissos internacionais em matéria de igualdade de género, vem realizando importantes progressos neste domínio, com a aprovação e implementação da Política Nacional para Igualdade e Equidade do Género.
O principal objectivo do simpósio é promover o debate, a partilha de experiências de lições aprendidas e boas práticas que substanciam desafios e oportunidades da educação, equidade e a igualdade do género no âmbito de contributos sobre a inovação tecnológica.
Participam do evento gestores nacionais e estrangeiros, docentes e discentes universitários, representantes de departamentos ministeriais e do Banco Mundial, entre outras personalidades. MGM/VIC