Menongue – Seis pessoas morreram e outras duas ficaram gravemente feridas, em consequência da explosão, esta quarta-feira, de uma mina anti-tanque, nos arredores da cidade de Menongue, província do Cuando Cubango, soube a ANGOP.
A explosão ocorreu no bairro Sanda, concretamente no troço Vitória/Cassanza, a 40 quilómetros de Menongue, quando uma motorizada de três rodas, com nove ocupantes, accionou uma mina anti-tanque, causando a morte imediata de seis pessoas e ferimentos graves a outras duas.
Em declarações à imprensa, o condutor da motorizada, um dos sobreviventes do sinistro, David Luís Tchisa, disse que ficou surpreendido com a explosão numa via bastante conhecida e movimentada.
Segundo o condutor, por sinal o único ileso do sinistro, quatro das seis vítimas mortais fazem parte da mesma família, que pretendiam recolher o milho cultivado no sector do Cassanza.
“Estávamos a fazer uma viagem tranquila e conservamos sobre a produção que devia ser colhida pelos ocupantes que me alugaram para esta missão, mas, infelizmente fomos surpreendidos com uma estrondosa explosão de um engenho, causando a morte imediata de seis passageiros com os quais sorria ao longo do trajecto”, contou.
Inconsolável, David Luís Tchisa lembrou que realizou, há três dias, uma viagem no mesmo trajecto e com mais de 300 quilogramas de milho, porém sem nenhum constrangimento como este.
Reagindo o incidente, o chefe de repartição de Engenharia e Infra-estruturas da V Divisão de Infantaria Motorizada da Região Militar Sul, tenente-coronel Carlos Domingo, disse tratar-se de uma mina anti-tanque do tipo TM 62.
O oficial superior das Forças Armadas Angolanas explicou que zona onde ocorreu a explosão foi palco de muitos confrontos militares e bastante minada.
Conforme o responsável militar, o aparecimento do engenho deve-se aos trabalhos de melhoramento do troço rodoviário, marcado com as escavações do solo, facto que, talvez, terá trazido a mina para a superfície.
Disse tratar-se do primeiro caso ocorrido, este ano, naquela zona, tendo, por isso, apelado à população a ter maior cuidado com qualquer sinal ou engenho suspeito.
Assegurou que a brigada de desminagem das Forças Armadas Angolanas vai trabalhar para inspeccionar a área e começar uma intervenção mais detalhada.
Em 2021, onze pessoas morreram e 13 outras tiveram com sequelas no corpo, em consequência de 13 explosões de engenhos não detonados, em várias localidades da província do Cuando Cubango, com destaque para o caso que culminou com a morte de seis crianças da mesma família.
No Cuando Cubango são controladas, em termos de coordenação de acção contra-minas, cinco operadoras, designadamente o Instituto Nacional de Desminagem (INAD), com quatro brigadas, Engenharia Militar das Forças Armadas, com uma, Polícia de Guarda Fronteira, também com uma, Halo Trust, com 36, e uma operadora comercial, com uma equipa.