Cacuaco – A actividade comercial no mercado do Kikolo, em Cacuaco (Luanda), produz uma quantidade de lixo que pode variar entre 300 a 308 toneladas por mês, segundo dados avançados hoje (quinta-feira) pela administração do espaço.
Em declarações à ANGOP, o chefe do Saneamento Básico do Mercado do Kikolo, António Miguel, admite que a quantidade de resíduos sólidos “reflete” a intensa actividade comercial do mesmo, cujo número de vendedores tem crescido consideravelmente nos últimos tempos.
A gestão dos resíduos sólidos neste recinto é feita por uma equipa de 54 pessoas, distribuídas em todo o mercado de manhã (entre às 06h e 07h) e de tarde (17h e 18h), conforme esclarecimentos do responsável por este sector do mercado.
O chefe do Saneamento Básico do mercado do Kikolo, António Miguel, precisou que o processo de recolha de lixo exige a contratação de mais mão-de-obra, mas que o mesmo depende integralmente da disponibilidade financeira que neste momento não é favorável.
“Na sequência deste trabalho, toda a quantidade de lixo é depositada no aterro provisório do mercado e depois a Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (ELISAL) efectua a recolha deste local e transfere-o para o Aterro Sanitário dos Mulenvos, em Viana”, explicou.
António Miguel clarificou também que a quantidade de resíduos no mercado não está somente implícita à actividade dos vendedores, mas também à presença de compradores, que, em muitos casos, desfazem-se de sacos de plásticos e pacotes em papel ainda no interior do mercado.
Sobre o exercício desta actividade no mercado do Kikolo, António Miguel aponta o tempo de chuva como sendo o mais difícil, pois a quantidade de lama acomulada no interior do espaço danifica com maior frequência o material de trabalho.
“Na época de chuva, o trabalho de limpeza do mercado é muito mais penoso. O material danifica com mais frequência. Algumas vias no interior no mercado não facilitam o acesso ao nosso trabalho. Mesmo assim, a equipa continua e faz o seu trabalho”, reforçou.
A propósito, a reportagem da ANGOP procurou ouvir a opinião dos vendedores sobre o processo de limpeza do espaço.
Segundo o vendedor Gustavo Massongo, o mercado já conheceu dias piores neste sentido, pelo que melhorou substancialmente nos últimos dois anos, mas apesar disso afirma que nota haver necessidade de mais meios de trabalho para as pessoas que limpam o local.
Muitas vezes o lixo é recolhido de modo inapropriado. Com o apoio de meios de transporte dos resíduos, o trabalho fica mais facilitado, considerou.
Por outro lado, o comerciante Isidoro José demonstrou satisfação por constatar o empenho da administração da empresa na limpeza do mercado.
Lembra-se dos dias anteriores à nova realidade e reconhece melhorias significativas na limpeza do espaço e a sua organização.
“Vivo nos arredores do mercado do Kikolo há mais de 15 anos. Tenho acompanhado a evolução deste espaço e noto melhoria significativa no aspecto da limpeza, bem como do ordenamento dos comerciantes”, considerou.
Noutro sentido, Vicente Mavacala, cliente deste mercado, sublinhou os benefícios do ambiente limpo que, na sua perspectiva, “torna o local mais agradável e convidativo.”
O mercado do Kikolo está localizado no município de Cacuaco, a Norte da província de Luanda. O espaço existe desde os anos 1990 e comporta oito sectores, tendo cada um mais de 600 vendedores. DIF/DJ/SEC
