Talatona – A secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, Alcina Kindanda, afirmou, esta terça-feira, em Luanda, que o desenvolvimento do país depende em grande medida da concretização da igualdade de género.
Neste sentido, a responsável do MASFAMU disse ser necessário que o Governo continue a trabalhar com as igrejas, ONG e a sociedade civil para que os homens e as mulheres possam gozar dos mesmos direitos e deveres, beneficiando em igualdade de circunstância.
Alcina Kindanda, que falava durante a apresentação do Relatório da Situação da População Mundial 2023, referiu que o Governo de Angola é parte de vários instrumentos jurídicos em matéria de direitos humanos das mulheres, baseada no princípio da igualdade.
Segundo Alcina Kindanda, a importância da mulher no desenvolvimento sustentável é um facto objectivo e urgente que une as comunidades e instituições para a consciencialização do seu papel, onde ninguém é deixado para trás.
“Esta tarefa será alcançada com o suporte de parceiros sociais como o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), para a efectivação das agendas nacionais e internacionais, cuja finalidade é proporcionar à população melhor qualidade de vida”, explicou.
Por seu turno, o representante residente do FNUAP, Mady Biaye, referiu que em países com um rápido crescimento populacional, como Angola, com uma taxa actual de 3%, a capacitação das mulheres através da educação e do planeamento familiar pode trazer enormes benefícios através do capital humano e do crescimento económico inclusivo.
Segundo Mady Biaye, Angola fez progressos em termos de empoderamento das mulheres, no entanto, deve acelerar o avanço da igualdade de género, através do acesso à saúde sexual e reprodutiva, bem como elaborar políticas laborais e normas equitativas no local de trabalho e em casa, o que resultará em famílias mais saudáveis, uma economia mais forte e uma sociedade resiliente.
Como exemplo, Mady Biaye disse que a taxa de prevalência de contraceptivos modernos em Angola é uma das mais baixas da região, com 12,5% e 38% das mulheres casadas a terem uma necessidade não satisfeita de planeamento familiar.
Cobrir metade destas necessidades até 2030, de acordo com Mady Biaye, evitaria por ano cerca de mil e 300 mortes maternas, 99 mil abortos inseguros e 517 mil gravidezes indesejadas.
A cerimónia de apresentação do Relatório da Situação da População Mundial 2023 foi realizada no âmbito das celebrações do Dia Mundial da População que hoje, dia 11, se assinala, e teve como tema“Libertando o poder da igualdade de género – elevando as vozes de mulheres e meninas para desvendar as infinitas possibilidades do nosso mundo”.
Este ano, a efeméride centra-se em desbloquear o poder da igualdade de género.
Segundo o FNUAP, a discriminação baseada no género prejudica todos – mulheres, meninas, homens e rapazes e que investir nas mulheres traz benefícios para todas as pessoas, comunidades e países.
A promoção da igualdade de género, a melhoria da saúde materna e a capacitação das mulheres para fazerem as suas próprias escolhas reprodutivas são, por si só, essenciais e fundamentais para alcançar todos os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, de acordo ainda com o FNUAP.
De acordo com projecções, a população mundial alcançou 8 biliões de pessoas em 15 de Novembro de 2022, sinalizando grandes melhorias na saúde pública que reduziram o risco de morrer e aumentaram a expectativa de vida. KAM/MAG