A directora provincial da Acção Social, Família e Promoção da Mulher no Cuando Cubango, Aida Manuel, defendeu, esta terça-feira, em Menongue, a necessidade de haver maior inserção da pessoa com deficiência nos serviços de transportes públicos, saúde e da sua inclusão no mercado de trabalho.
A directora falava durante uma mesa redonda, subordinada ao tema “Os desafios da inclusão da pessoa com deficiência”, no âmbito do 03 de Novembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Segundo a responsável, a inclusão social da pessoa com deficiência é importante, uma que traz a equiparação de oportunidades, a interação mútua entre pessoas com e sem deficiência e o acesso aos recursos da sociedade.
Lembrou que existem diferentes tipos de deficiência e cada uma é responsável por um tipo diferente de limitação que, muitas vezes, podem comprometer a qualidade de vida do indivíduo, daí ser de extrema necessidade o desenvolvimento de medidas de inclusão social.
Reconheceu, no entanto, apesar de muitas conquistas já obtidas, que muitas pessoas com deficiência ainda sofrem com a falta de acessibilidade e preconceito, sendo que a falta de acessibilidade é tida como uma grande barreira, uma vez que impede, muitas vezes, a locomoção, a comunicação e até mesmo o direito à informação.
Para Aida Manuel, o preconceito faz com que um pessoa portadora de deficiência tenha obstáculo para conseguir um emprego ou continuar os estudos, mas que o Estado está atento a todos os desafios voltados ao grupo alvo, através de avanços em determinadas legislações e políticas públicas, que visam incentivar o empreendedorismo no seu dia-a-dia.
De acordo com a directora, o principal objectivo do Estado é sensibilizar a sociedade sobre a importância da inclusão e de fortalecer a participação e o protagonismo da pessoa com deficiência, bem como dar importância na acessibilidade, quer seja em espaços públicos ou privados, a par de uma plena inclusão da pessoa portadora de deficiência das famílias.
Na ocasião, Sozinalia Yoza, jovem de 32 anos de idade e portadora de deficiência nos membros inferiores desde os seus 10 anos de idade e que se locomove através de uma cadeira de rodas, sublinhou que, apesar desta aparente limitação, procura levar uma vida normal como qualquer cidadão.
Licenciada em Psicologia, apontou que a discriminação e o preconceito foram as primeiras barreiras que atravessou no seu percurso, mas que, com muita força de vontade, auto-estima e apoio familiar, conseguiu superar o constrangimento.
Para ela, a maior deficiência não foi estar em uma cadeira de rodas, mas sim a consciência das pessoas, por preconceito sobre possível invalidez da pessoa portadora de deficiência.
Durante a mesa redonda, os presentes abordaram o acesso da pessoa com deficiência à empregabilidade, o acesso aos transportes públicos, a acessibilidade nas instituições públicas e privadas, bem como a discriminação.
Ao nível da província do Cuando Cubango são controladas um total de sete mil 110 pessoas portadoras de deficiência.
O 3 de Dezembro comemora-se desde 1998, com o objectivo de difundir uma maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência e mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-estar das pessoas.LMZ/ALK/FF/PLB