Luanda – A ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, considerou, esta quinta-feira, irrealista a proposta das centrais sindicais de adopção de um salário mínimo nacional de KZ 250 mil.
Segundo a governante, que falava à imprensa no final de um encontro com os líderes sindicais, trata-se de uma proposta "completamente fora do comum" e difícil de implementar.
"Para implementar um salário mínimo nacional de 250 mil kwanzas, todos teriam de ter a capacidade de pagar esse valor, até para os empregados de casa", disse, sublinhando que nem os líderes sindicais teriam essa capacidade.
Sem precisar números, Teresa Dias adiantou que o Governo angolano está a trabalhar, de forma bastante conclusiva, numa proposta de salário mínimo nacional.
"Temos que partir do princípio que isso envolve auscultação aos sindicatos, às entidades empregadoras mais massivas do país e, por fim, uma reunião de concertação social, em que os grupos técnicos empresariais e os mais representados da sociedade civil são convocados e deliberam um consenso de todos", argumentou.
A governante reiterou, por outro lado, que o Governo angolano e as centrais sindicais estão empenhados na busca de soluções para a melhoria das condições dos trabalhadores, incluindo remuneratórias.
Conforme a ministra, o diálogo e aproximação entre as duas partes vai proporcionar um entendimento para evitar uma eventual greve, propalada para Janeiro próximo.
Informou que negociações serão levadas a cabo na primeira quinzena de Janeiro, no intuito de se esgotarem as preocupações e atingirem um consenso.
"Penso que serão sete ou oito pontos em debate, uma vez que alguns concatenam-se com outros", concluiu.
O encontro ocorreu na sequência do caderno reivindicativo endereçado ao Presidente da República, João Lourenço, em Setembro último, pela União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA – Confederação Sindical), Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CG-SILA) e pela Força Sindical Angolana Central Sindical (FSA-CS).
Entre as reivindicações dos sindicatos constam o aumento salarial, salário mínimo nacional, melhoria das condições sociais dos trabalhadores e funcionários, pagamento de subsídios de isolamento, entre outras matérias.
Participaram do encontro representantes dos sindicatos dos Professores, da UNTA – Confederação Sindical, CG-SILA e FSA-CS, assim como as ministras da Educação e da Saúde, respectivamente Luísa Grilo e Sílvia Lutucuta, o secretário de Estado da Administração do Território, Márcio Daniel, entre outras entidades. MGM/OHA