Baía-farta – A Malária liderou o quadro epidemiológico no município da Baía Farta, província de Benguela, em 2024, com um registo de cinquenta e cinco mil, quinhentos e cinquenta e sete casos (55.557), soube a ANGOP.
Seguiu-se a Tuberculose, com oitocentos e noventa e um (891) casos, e o HIV/SIDA com cento e cinquenta e três (153) casos.
Esses dados foram avançados pelo administrador municipal, Evaristo Calopa Mário, que fazia um breve resumo da situação socioeconómica da circunscrição ao governador Manuel Luís Nunes.
Apontou a escassez de recursos humanos e financeiros e a inoperância dos painéis solares nas unidades sanitárias de atenção primária, entre os maiores constrangimentos.
“Temos ainda o problema do avançado estado de degradação do Hospital do Dombe Grande, bem como da falta de residências para os técnicos”, esclareceu.
Como prioridade, apontou a necessidade de capacitação dos quadros locais nas diversas unidades hospitalares, a activação de uma base do Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEMA), bem como a aquisição de ambulâncias.
O sector da Saúde conta com 19 unidades na BaíaFarta, sendo dois hospitais, seis centros médicos e onze postos de saúde.
Em relação à Educação, disse que os principais problemas prendem-se com as salas de aulas provisórias e precárias, excesso de alunos numa turma e o reduzido número de laboratórios, oficinas e equipamentos para aulas práticas.
Segundo o administrador, o município conta com 48 escolas, entre primárias, complexos escolares e primeiro ciclo, e 554 salas de aulas.
Sobre a Energia disse haver um elevado número de residências sem ligações domiciliares, déficit de iluminação pública nas zonas urbanas e periurbanas.
“A nossa prioridade consiste na aquisição de sete Postos de Transformação (PT) com capacidade de 630 kilovolts cada, para alargar as ligações domiciliares e aquisição de geradores para fornecimento de energia para o Dombe Grande, a Kalohanga e a Equimina (antigas comunas do município da Baía-farta).
Quanto à Água, disse existir escassez para atender as ligações domiciliares, a falta do líquido nos bairros periféricos, acrescentando a inexistência de uma Estação para Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para atender a zona urbana e não só.
O abastecimento de água para a Baía Farta é feito através da cidade de Benguela, com ligação na ETA do Luhongo. O sistema tem capacidade para abastecer em média 2.079 metros cúbicos por dia, com ligações domiciliares na ordem de 2000 clientes activos.
Calopa Mário debruçou-se igualmente sobre o sector industrial, afirmando que tem dezasseis unidades de produção de sal em pleno funcionamento, com cerca de 450 postos de trabalho.
"A produção média de sal bruto é de 145.64 toneladas e o sal iodizado com a cifra de 63.812 ton", informou.
Disse também que a indústria pesqueira é desenvolvida por médias, pequenas e micro empresas. O sector controla dezoito empresas piscatórias das quais treze em funcionamento, gerando cerca de 4.044 postos de trabalho, entre nacionais e estrangeiros.
“O tecido empresarial conta com 35 embarcações, actualmente com uma média de captura de 28.572 toneladas de pescado, sendo a sardinha a espécie mais pescada com 16.603 toneladas.
O administrador referiu-se também sobre o sector da Hotelaria e Turismo, afirmando que “a sua prestação de serviço ainda é bastante limitada, com a excepção de alguns complexos turísticos".
Já no sector pecuário explicou que a actividade é reduzida dentro do sector primário e a funcionar na sua maioria com criadores de gado, como reserva econômica para acudir às situações difíceis e inoperantes. Utilizam também os animais de pequeno porte para o auto-consumo alimentar, nomeadamente carne, leite e ovos.
O município da Baía Farta tinha, até antes da nova Divisão Política Administrativa, uma extensão territorial de 6.744 quilómetros quadrados.
Atualmente conta com uma população estimada em 139.782, de acordo com dados da Administração local. TC/CRB
