Malanje- A província de Malanje conta oficialmente desde quarta-feira (1), com 13 novos municípios, no quadro da nova Divisão Político-Administrativa (DPA) do país, aprovada em Agosto pela Assembleia Nacional.
Trata-se de Cambo Sunjinje, Cateco Cangola, Mbanji Ya Ngola, Muquixe, Pungo a Ndongo, Ngola Luije, Quihuhu, Quitapa, Xandel, Capunda, Cuale, Milando e Quéssua.
Com estes, Malanje é actualmente a província do país com mais municípios (27), dos quais um do tipo A (Malanje), dois do tipo B (Calandula e Cacuso), dois do tipo C (Cangandala e Cambundi Catembo), três do tipo D (Kiwaba Nzoji, Kunda-dya-Base e Quela) e 19 do tipo E.
Malanje, a sede da província com o mesmo nome, é o município mais populoso e extenso, com 2 mil 339, 24 quilómetros quadrados e uma população estimada em 679 mil e 955 habitantes.
O surgimento dos novos municípios constitui um dos principais ganhos da província para 2025, na medida em que para além do objectivo do Executivo de criar condições e reduzir as assimetrias regionais, para melhor governação, vai também encurtar as distâncias da população a procura dos serviços administrativos do Estado.
Alguns habitantes da cidade capital, foram unânimes em afirmar que os 13 novos municípios representam grande ganho para a província e poderão gerar desenvolvimento, porquanto vão tornar as localidades mais pequenas e com menos população, o que facilitará a gestão administrativa e a resolução dos problemas dos cidadãos.
Entretanto, afirmaram que esperam a concretização dos objectivos para os quais foram criados novos municípios no país e em Malanje em particular, pois a população não almeja apenas novas estruturas administrativas, mas que políticas se reflictam na melhoria da condição de vida dos munícipes.
O jurista Emerson Caholo é de opinião que a nova DPA, é um instrumento de elevada importância e interesse do Estado que visa aproximar as comunidades e tornar menos burocrático o serviço público, daí que abrange o aumento de novos municípios e províncias, bem como a resolução mais facilitada e a adaptada às necessidades dos cidadãos.
Realçou que o desenvolvimento social e económico poderá ser um facto em Malanje com o surgimento dos novos municípios, sendo que com isso, o Executivo deverá prestar uma atenção diferenciada dos mesmos enquanto comunas, mormente no que toca a sustentabilidade da gestão pública e implementação de projectos.
“Só com os governantes mais próximos das comunidades, poderão ser entendidos e compreendidos os problemas e necessidades da população”, frisou, acrescentando que por esse facto, o Executivo deve apostar na formação e capacitação dos quadros da função pública, com vista a se imprimir o dinamismo, criatividade e comprometimento que se quer para atingir os fins da nova DPA.
Já o sociólogo Inácio Abril realçou que a Nova Divisão Político-Administrativa, poderá trazer claramente desenvolvimento nos vários sectores da vida pública, para Malanje, devido, sobretudo pela ascensão de 12 comunas e um sector à categoria de municípios, o que vai permitir as regiões obter orçamentos próprios e infra-estruturas, para além de melhorar os serviços sociais.
Realçou que as regiões em causa vão beneficiar de novos projectos e entrarão nas prioridades do Governo Provincial e do Executivo, face a dimensão que hoje atingiram, bem como atrairão investimentos e serviços.
Por outro lado, o sociólogo defendeu a governação de proximidade, respeito pelo erário, transparência, dinamismo na acção administrativa, entre outros, como aspectos chaves para o alavancar da economia e da assistência aos cidadãos, rumo ao desenvolvimento das novas municipalidades e da província em geral.
Conclusão de novos projectos
Para este ano, estão previstas a conclusão das obras dos 212 apartamentos em construção no bairro Carreira de Tiro, bem como o arranque das obras da primeira Centralidade de Malanje, para colmatar a problemática da habitação, sobretudo no seio da juventude, segundo anunciou o governador provincial, Marcos Nhunga.
A par disso, o dirigente disse que está ainda previsto para este ano, a conclusão de várias obras inscritas no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), da Casa da Juventude, do desassoreamento do Rio Malanje, entre outras, que nesta altura já se encontram na fase final.
Marcos Nhunga lembrou que em 2025, a asfaltagem dos 400 quilómetros de estrada contemplados pelo Executivo para Malanje, será uma realidade, na medida em que o concurso público para a adjudicação das obras foi já feito e as empresas executoras são já conhecidas, sendo os municípios de Marimba, Cahombo, Kiwaba Nzoji, Kunda-dya-Baze, Quela, Luquembo, Cacuso e algumas ruas da cidade de Malanje, os beneficiários.
A província de Malanje ocupa uma extensão de 98 mil e 302 quilómetros quadrados e conta com uma população maioritariamente camponesa estimada em cerca de um milhão de habitantes. NC/PBC
