Cambambe – Mais de 500 famílias, das 817 afectadas pela chuva na madrugada de sábado na cidade do Dondo, continuam ao relento e a espera de apoios.
Segundo constatou a ANGOP, nesta segunda-feira, Algumas famílias regressaram as suas residências, enquanto outras se abrigaram em casa de familiares ou arrendaram.
Muitas das famílias perderam todos os haveres e não têm como se alimentar, como é o caso do cidadão Manuel António, que tem um agregado familiar de oito membros.
Situação idêntica encontra-se a cidadã Maria Domingos, viúva, que perdeu também o dinheiro com que fazia pequenos negócios para o sustento da família.
Contou que nas últimas 48 horas ela e três filhos têm se alimentado graças a boa vontade de conhecidos.
Alguns populares estão a limpar as casas para retomar à vida normal, mas ela não pode fazer o mesmo porque a sua residência ficou totalmente destruída.
As famílias, de acordo com Justina António, também sinistrada, carecem de água potável, alimentos e roupas, em virtude de terem perdido tudo o que possuíam.
Contactado pela Angop, o administrador municipal de Cambambe, Adão Malungo, informou que o Governo vai apoiar as famílias a partir de hoje (segunda-feira), com bens enviados pelo Governo central.
Adão Malungo esclareceu haver atraso no apoio aos sinistrados porque o Governo local tem um stock reduzido de alimentos e para não causar caos na hora da distribuição, decidiu adiar para hoje, porque prevêem receber reforço.
A chuva causou, igualmente, a morte de uma cidadã, o desaparecimento de outro e danificou o dique de contenção do rio Capacala , cujo transbordo deixou completamente submersa a zona 2 do bairro Cacesse, um dos mais populosos da cidade do Dondo, com mais de 20 mil habitantes.
A circulação rodoviária na estrada nacional 230, entre Luanda e as províncias do norte e sul do país, passando pelo Dondo, interrompida, por mais de 24, em consequência do desabamento da ponte sobre o rio Capacala, foi já reposta.
Para o administrador de Cambambe, Adão Malungo, esta é a pior catástrofe na cidade do Dondo nos últimos 36 anos. As últimas calamidades do género, segundo testemunhas, ocorreram em 2005, 1995 e nos anos 70.