Luanda– Quatro mil e 706 crianças foram vítimas de violência sexual no país, entre Março de 2021 a Março de 2022, deu a conhecer esta terça-feira, em Luanda, o director-geral do Instituto Nacional da Criança (INAC), Paulo Kalessei.
De acordo com o responsável, que falava na apresentação do balanço da campanha nacional sobre a violência sexual contra a criança, a província de Luanda lidera com dois mil e 520 casos notificados.
A província do Zaire segue com 421 casos, Benguela com 392, Huíla com 383, Huambo com 242, Uíge com 202, Malanje com 160, Moxico com 62, Bengo com 57e Bié com 56. Seguem-se, ainda, as províncias de Cuando Cubango com 54, Cuanza Norte com 42, Cuanza Sul com 32, Cunene com 35, Luanda Norte com 17, Namibe com 11, Cabinda com 11 e Luanda Sul com nove.
Durante a campanha lançada em 2021, foram desenvolvidas várias actividades, com realce para apoio psicossocial à criança vítima de violência sexual e suas famílias, realização de palestras, mesas redondas, bem como marchas de repúdios aos actos violência sexual contra criança.
No primeiro ano da implementação do programa, avança o director, houve o aumento da cultura de denúncia de casos de violência sexual contra a criança, maior cobertura dos casos, bem como maior conhecimento por parte dos petizes, sobretudo as que frequentam escolas e igrejas.
Em relação as perspectivas para 2022/2023, está em carteira a revisão do plano estratégico da campanha, elaboração de um plano de sensibilização social e mobilização de recursos, bem como a proposta para aprovação do Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência Sexual contra a Criança.
Por sua vez, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, referiu que a campanha baseou-se num plano estratégico realizada com intensidade e objectividade, em todas as províncias do país, contando com o envolvimento de mais de dois milhões 75 mil e 213 pessoas e ambos os sexos, incluindo as próprias crianças.
“Precisamos continuar a trabalhar no sentido de vencermos os obstáculos, como a morosidade no tratamento dos casos em todos os níveis e, no âmbito da municipalização da Acção Social”, referiu.
Porém, Faustina Alves lançou um desafio às universidades no sentido de promoverem debates, estudos e pesquisas em torno da violência sexual contra a criança em Angola e apresentarem propostas científicas para lidar com o fenómeno.
Lançada em 2021, a campanha nacional sobre a violência sexual contra a criança, envolveu departamentos ministeriais, governos provinciais, administrações municipais, igrejas, ONG´s, unidades militares e paramilitares, ONU e a sociedade Civil.