Ondjiva – Oitocentas e sessenta e sete mil pessoas foram afectadas, nos últimos anos, pela fome no Cunene, fruto da seca cíclica que se regista naquela província.
Os dados foram avançados pela directora do Gabinete da Acção Social, Família e Igualdade de Género no Cunene, Elizeth Mwamelungi, tendo, igualmente, afirmado que, apesar da regularidade das chuvas dos últimos dias, a problemática da fome continua nas famílias do meio rural.
Elizeth Mwamelungi lembrou que maior parte da população da província reside no meio rural e tem como fonte de sobrevivência a agricultura, sector afectado fortemente pela seca na localidade.
“As chuvas vieram solucionar o problema da falta de água para o gado e a população, mas a fome só depois do período de colheita”, salientou.
A directora fez saber que as famílias afectadas foram enquadradas na produção agrícola e apelou para o reforço da solidariedade para a melhoria das condições de vida e bem estar dos mesmos.
“Os bens alocados pelo Governo da Província do Cunene e parceiros não são suficientes para atender as 867 mil pessoas afectadas pela fome, pois temos mais quatro meses, para que as famílias possam colher”, reforçou.
Relativamente às vítimas da seca, concentradas no Centro de Acolhimento dos Repatriados no Calueque, Elizeth Mwamelungi sublinhou que as condições para a assistência básica estão garantidas, realçando que se encontram no local mil e 882 pessoas.