Talatona- Quinhentos e cinquenta e um edifícios no país carecem de manutenção permanente, a fim de evitar o comprometimento das estruturas e, consequentemente, o risco de desabar, informou, nesta quinta-feira, em Luanda, o director Nacional de Obras de Engenharia, Lucau Kiampuku.
O governante que falava no acto de abertura da 33ª Conferência e 9ª exposicão Internacional de gestão da manutenção predial, subordinada ao tema: "Dinamizar a Cultura da Manutenção Predial ", referiu que dos edifícios contabilizados 284 carecem de intervenção profunda, devido o mau estado de conservação, 102 foram classificados em estado de insalubridade e 165 em risco de ruina.
Sublinhou que o estudo de conservação do edifícios tem permitido determinar os custos, níveis de prioridades e o tipo de intervenções a ser realizadas.
Importa realçar que concorrem para a degradação, a ausência da manutenção preventiva de rotina e correctiva, reforçada pelo fenómeno natural e o tempo de vida útil dos edifícios, contribuindo no avançado estado de degradação.
Neste quesito, assegurou que o objectivo do Executivo é actuar antecipadamente nos edifícios em risco de ruina, visando a salvaguarda da vida e dos bens patrimoniais.
Lucau Kiampuku destacou que estão previsto a demolição de nove edifícios em cumprimento do Despacho Presidencial, de 25 de Outubro, sendo três na província de Luanda, enquanto Bié, Huambo e Cuanza Sul com uma demolição cada.
"Essas acções, de modo contínuo, têm sido procedidas da avaliação, caracterização dos edifícios em mau estado de conservação, identificação das condições de ocupação e a situação jurídica, relactivamente a propriedade, a elaboração de relatórios técnicos, ditando o tipo de intervenção a ser efectuada, que passa pela reabilitação, com reforço estrutural ou demolição", disse.
Segundo o responsável, a gestão da manutenção predial é um exercício que deve engajar a todos, sem excepção, tendo em conta a colaboração e a participação no processo de manutenção e conservação do património edificado, num exercício cívico e urbano.
Explicou que a gestão da manutenção predial, resume-se no plano de manutenções, sendo um instrumento de gestão importante na preservação dos prédios, com objectivo de descrever as frequências e os intervalos de períodos para implementação das acções de reabilitação.
O plano de manutenção dos prédios, disse, é uma estratégia determinante na optimização das rotinas e procedimentos de actuação no gerenciamento e conservação dos edifícios.
Na sua concepção, as obras em lugares impróprios ocasionam aspectos que colaboram na degradação acelerada das estruturas, reduzindo a grosso modo o tempo de vida útil, impedindo aos mesmos a atender de forma adequada as funções para as quais foram designadas.
Por sua vez, o presidente nacional de empresas de manutenção predial,(ANEMP) Francisco Chaves, ressaltou a importância de aderir as normas internacionais de manutenção predial como medida preventiva, tendo apelado ao estado a realizar um concurso público para implementação de um sistema de manutenção predial eficiente.
Francisco Chaves disse ser preocupante o facto de as 26 centralidades construídas em Angola não possuírem plano sistemático de manutenção, uma acção que devia ser aproveitada para fomentar o processo de empregabilidade e de construção de projectos habitacionais mais duradouros.
"Na região, apenas a Namíbia, Botswana e a África do Sul consideram a manutenção predial como uma indústria e tem sido um factor decisivo no desenvolvimento dos seus países, Angola também pode fazer da manutenção predial uma das indústrias para alavancar a economia," sublinhou.
A ANEMP, fundada em 2016, recentemente tornou-se membro da Associação Internacional de Manutenção Predial, o que representa uma conquista significativa para a organização.
A ANEMP é uma união de várias associações sem fins lucrativos de manutenção predial e tem-se dedicado a promoção de formações na área.
O evento contou com a participação de figuras internacionais incluindo representantes de países como Botswana, Egipto e Brasil, que sediarão futuras edições da exposição.VS/MAG