Gambos – Mais de 41 mil habitantes da região da Taka, Chiange e Tunda, no município dos Gambos (Huíla), estão afectadoss pela seca severa e precisam de ajuda alimentar imediata, constatou, quinta-feira, o governador provincial, Nuno Mahapi.
No município não chove há mais de sete meses e até as culturas resistentes à seca, como o massango e a massambala lançadas à terra em Outubro, morreram.
A situação levou o governador a manter um encontro técnico com o Conselho de Auscultação Local, para encontrar soluções para o problema.
Nuno Mahapi disse que foram colhidas contribuições para afinar as metodologias de intervenção, com vista a solucionar os problemas identificados em variados domínios, a começar pelo cadastramento das zonas mais afectadas.
Admitiu que a situação é “grave”, pois os habitantes estão a ser forçados a vender o seu gado a preços baixos, devido a falta de pasto e como forma de conseguir algum dinheiro para suprir necessidades básicas.
Na ocasião, em nome da comunidade, o padre Pio Wakussanga defendeu o mapeamento das famílias em situação vulnerável, para melhor direccionar a intervenção das autoridades.
O também activista social, descreveu a situação actual como “triste”, pois já existem muitas pessoas com anemia, entre homens, mulheres e crianças.
Adiantou ainda que um grande número de famílias já abandonou o município a pé, buscando sustento noutros pontos da província e até à vizinha República da Namíbia.
Alertou que a intervenção das autoridades deve ser urgente, para se evitar a perda de vidas humanas.
Com uma população de 98 mil e 284 habitantes, o município do Gambos dista há 150 quilómetros a sul da sede da província da Huíla e vive situações do género em todos os anos de seca, dada a progressão do Deserto do Namibe.