Luanda – Mais de seis mil casos de mordeduras animal foram registados, de Janeiro até a presente data, em Luanda, no qual dois acabaram em óbito, deu a conhecer a coordenadora provincial do Programa Alargado de Vacinação, Felismina Neto.
A informação foi avançada à ANGOP, tendo sublinhado que em 2023 o seu gabinete registou mais de oito mil casos, onde maior parte foram resultados de ataque de cães, facto que a preocupa devido o quadro actual de mordeduras a nível da capital do país.
Para se ter uma ideia, avançou, na última semana foram notificados 122 casos de mordeduras, destas 80 por cento tiveram de fazer a vacina contra a raiva humana.
Devido ao “elevado número” de casos, Felismina Neto referiu que estão disponíveis a nível das unidades de saúde da província as vacinas contra raiva humana, bem como nas direcções municipais e distritais da saúde e o gabinete provincial de saúde.
Neste sentido, a responsável aconselha que em caso de mordedura, a vítima tem no máximo 24 horas para fazer cinco doses de vacina em 28 dias contra a raiva, uma vez que o período mínimo de incubação da doença é também 28 dias.
“A média é 90 dias, três meses, mas existem períodos mais longos de um ano, daí ser importante que logo que aconteça a situação de mordedura deve-se lavar a ferida com água e sabão e depois a vítima se dirigir para uma unidade de saúde, porque toma a vacina doze zero sete dias depois, 14 dias e 28 dias ”.disse.
Referiu ainda que em caso de mordedura, o animal é submetido a um acompanhamento (quando é de casa), sendo colocado em quarentena por 10 dias, caso morra, o humano é submetido em tratamento.
Em casos de ferimentos em zonas vitais como dedos das mãos, dos pés, na cabeça ou no tronco, independentemente da situação do animal, a vítima é logo vacinada contra raiva humana, enquanto o animal fica sob observação.
Perante aos factos, Felismina Neto referiu que a situação de mordedura por animais já constitui uma questão de saúde pública, devido o número de animais vádios pelas ruas.
Apelou à atenção dos proprietários de animais (cães, gatos ou macacos) a vaciná-los e não estarem expostos na rua, mas fechados nos quintais.
Perante o quadro, a responsável disse ser importante ou obrigatório a notificação de todos os casos de mordeduras de animais potenciais transitórios de raiva.
Destacou os municípios mais populosos como Cacuaco, Viana, Cazenga, Ingombota, Kilamba Kiaxi e Talatona como os que mais registam casos de mordeduras animais.
A coordenadora esclareceu que o sexo masculino com destaque para as crianças menor de 15 anos são as que mais sofrem com este problema.
Quanto a vacina animal, a responsável referiu que tem sido elaborado um programa anual desde campanhas e formação aos clínicos de diferentes níveis das administrações municipais, bem como em postos de veterinária existentes nos municípios e distritos para banir este problema.
Reiterou o apelo dos serviços médicos veterinários e comunitários a vacinarem todos animais e a intensificarem a recolha dos cães vádios. MEL/SEC