Camabatela - Cidadãos beneficiários do Programa de Protecção Social Kwenda nas aldeias de Kina e Caneha, no município de Ambaca, província do Cuanza Norte, reconheceram, esta segunda-feira, que o projecto está a contribuir para o fomento da agricultura e o aumento da renda das famílias.
Em declarações à ANGOP, famílias que beneficiaram do programa foram unânimes em afirmar que o dinheiro do Kwenda está a contribuir para a aquisição de sementes e instrumentos agrícolas e pagamentos de mão-de-obra, que estão a permitir o aumento das áreas cultivadas.
Por conta deste apoio, muitos camponeses deixaram de produzir apenas para o consumo, passando para uma produção virada ao mercado.
Cada família beneficia de uma transferência semestral de 51 mil kwanzas correspondente a oito mil e 500 kwanzas/mês.
Joana Panzo, 35 anos de idade, uma das beneficiárias residente na aldeia do Kina, enalteceu a iniciativa do Executivo, referindo que o projecto está a contribuir para o fomento da actividade agrícola no município.
Informou que aplicou os valores recebidos na lavoura de meio hectare de mandioca que, posteriormente, irá comercializar para a aquisição de mais meios de produção.
Salientou que, antes de receber o dinheiro, a produção era apenas de cerca de meia tonelada de produtos diversos, para o sustento da família.
Com esses valores, adiantou, perspectiva a produção de quatro toneladas de mandioca, o que lhe poderá render perto de 200 mil kwanzas.
Luzia Manuel, 38 anos, outra beneficiária na comunidade de Caneha, disse que cultivou cerca de um hectare de batata-doce para a comercialização, dado que é um tubérculo muito procurado na região.
A mesma, que produzia pequenas quantidades de batata-doce numa lavra de dimensão reduzida para o consumo familiar, atribuiu o aumento da área cultivada às transferências monetárias.
Nesta mesma aldeia, está, também, o beneficiário Miguel Pessi, 64 anos, que aplicou os valores recebidos no cultivo de cana-de-açúcar para a comercialização.
Apesar de não indicar a área de produção, adiantou, o seu objectivo é o aumento da renda e melhoria das condições de vida da família.
Sentimento, igual, foi manifestado por José Gabriel, 63 anos, outro beneficiário na aldeia do Kina, que investiu o dinheiro na plantação de banana de mesa, com olhos postos no mercado.
Apontou o Kwenda como uma acção do Executivo que está a ter um grande impacto na vida das pessoas.
Criado em 2020, o Kwenda é um programa do Executivo angolano, que visa criar políticas de apoio às famílias mais vulneráveis.
Operacionalizado pelo Fundo de Apoio Social, o projecto tem a duração de três anos e abrange quatro componentes, nomeadamente as Transferências Sociais Monetárias, a Inclusão Produtiva, a Municipalização da Acção Social e o reforço do Cadastro Social Único.
Está avaliado em 420 milhões de dólares norte-americanos e é financiado pelo Banco Mundial, com 320 milhões de dólares. Os outros 100 milhões são provenientes do Tesouro Nacional.
No Cuanza Norte o Kwenda já beneficiou 17 mil 155 famílias, com 405 milhões e 246 mil Kwanzas, nos municípios de Quiculungo, Golungo Alto e Ambaca.
Em Ambaca beneficiam 12 mil e 398 agregados familiares. EFM/DS