Luanda - A presidente da Comissão da Carteira e Ética, Luísa Rogério, destacou, esta quarta-feira, em Luanda, a postura da Agência Angola Press (ANGOP) em não emitir opinião nas suas notícias, fazendo a real diferença entre um texto de opinião e notícia.
Luísa Rogério apontou o facto de a ANGOP ter sido o único órgão que nas eleições de 2012 e 2017 se destacou em termos de cobertura eleitoral, por ser imparcial nas suas notícias sem emitir juízo de valores.
A responsável falava aos participantes ao V conselho Consultivo da ANGOP sobre Ética e Deontologia Profissional que decorre sob o lema “ANGOP no reforço da sua afirmação interna e externa”.
Ressaltou que os órgãos de comunicação tanto públicos e privados devem ser independentes não dos grupos que as detêm, mas unicamente ao Código de Ética, ao Estatuto do Jornalista, à Lei de Imprensa e à Constituição da República.
Luísa Rogério referiu que cabe ao jornalista divulgar factos e não emitir juízo de valores seja a quem for, pois o dever da comunicação é informar com imparcialidade.
A responsável ressaltou, igualmente, a questão da incompatibilidade de funções a que vários profissionais estão sujeitos como uma violação ao Código de Ética e Deontologia, bem como sugeriu a aprovação de um código de conduta eleitoral para orientar os profissionais, devido a ingerência de poderes em países onde a política afecta a realidade dos factos.
Luísa Rogério afirmou que a Comissão da Carteira e Ética vai actuar nos casos de violação ao Código de Ética e Deontologia e que os jornalistas sejam capazes de denunciar estes casos para o bem da classe.
O V Conselho Consultivo da ANGOP decorre até quinta-feira e visa balancear a execução do último evento e traçar estratégias para a melhoria da cobertura ao nível dos municípios e comunas e de cobertura das eleições gerais, previstas para 2022.
O encontro conta com a participação dos membros do Conselho de Administração, delegados provinciais e chefes de departamento onde estão a ser debatidos temas sobre a importância das telecomunicações e tecnologias de informação para o trabalho jornalístico e palestras sobre legislação laboral e sobre ética e deontologia profissional.
Criada em Julho de 1975, com a denominação Agência Nacional Angola Press (ANAP), no início, os seus trabalhos eram distribuídos sob a forma de boletim impresso, até que, a 30 de Outubro do mesmo ano, lançou o seu primeiro despacho telegráfico.
A 2 de Dezembro de 1975, a agência adoptou a sua actual e definitiva denominação Agência Angola Press, ao lançar, naquela data, o seu primeiro despacho com o acrónimo ANGOP.
A ANGOP é, até ao momento, a única agência noticiosa do país, cuja tarefa é a recolha, tratamento e distribuição de informação, nos formatos de texto, fotografia, áudio, vídeo e infografia.
A empresa emite despachos em quatro línguas: português, inglês, francês e espanhol, recolhidos nas 18 províncias de Angola a além fronteiras.