Benguela - Vinte Jornalistas de vários órgãos de comunicação social participam desde esta quinta-feira, na cidade de Benguela, num seminário sobre técnicas para identifição e tratamento de informações falsas, soube a ANGOP.
A acção formativa, que termina nesta sexta-feira (31), é promovida pelo Gabinete de Comunicação Social do Governo Provincial de Benguela, em colaboração com a empresa manifexto e o Clube de Imprensa de Benguela (CIB).
Ela visa dotar os profissionais de ferramentas que lhes permitam identificar e eliminar notícias falsas (fake news, na língua inglesa).
Segundo Zenilson de Almeida, director-geral da manifexto, actualmente aparecem nas redes sociais muitas informações e imagens fabricadas ou alteradas, e tanto os jornalistas como a população em geral dificilmente consegue distinguir a verdadeira da falsa.
O responsável informou que em Angola ainda não existe uma entidade que trabalha na verificação dos factos.
Com o apoio da organização Africa Check, que já trabalha no assunto há mais de dez anos, a manifexto também utiliza a Google para formar os jornalistas sobre tecnologias de informação que, segundo o director, "estão na linha da frente".
Conteúdos como Manipulação, Fabricação e Teorias de conspiração, estão a ser apresentados no seminário, considerados " muito pertinentes" pelos jornalistas, devido ao impacto que essas informações podem causar no seio da sociedade.
A título de exemplo, foi apresentado um vídeo feito na Nigéria, sobre uma informação falsa, segundo a qual as crianças não deveriam tomar a vacina da poliomielite, causando "grandes problemas de saúde pública".
Ainda sobre teoria da conspiração, referiu-se sobre a campanha de vacinação contra a Covid-19 em Angola, na qual várias vozes aconselhavam a população a não tomar a vacina porque teria efeitos colaterais nocivos e, por isso, muita gente não tomou as doses completas.
A manifexto já formou cerca de 40 jornalistas desde o ano passado em Luanda. Esta é a primeira vez que sai da capital e já pensa em viajar oara outras províncias com o mesmo propósito.
Por sua vez, o Presidente do Clube de Imprensa de Benguela (CIB), Edson Santos, afirmou que a formação dos associados é uma prioridade, por isso, o curso é muito bem-vindo, tendo em conta a pertinência dos assuntos, na medida em que se trata de pesquisa de dados com base em tecnogias de informação.
"Enquanto jornalistas, trabalhamos com factos e é necessário verificar a sua veracidade para que tenhamos um serviço final de qualidade", justificou.
Edson Santos disse ainda que a formação é uma mais-valia e espera que haja outras do género para abranger mais profissionais da classe. TC/CRB