Luanda – Jornalistas angolanos reconheceram, esta terça-feira, o registo de melhorias, nos últimos cinco anos, mas recomendam mais abertura e disponibilidade total das fontes para o bem da democracia e aprofundamento da cidadania em Angola.
Em declarações à ANGOP a propósito do 3 de Maio, Dia Internacionalmente da Liberdade de Imprensa, Machado Irmão, do Secretariado da União dos Jornalistas Angolanos (UJA), aponta para a necessidade de uma maior pluralidade dos órgãos, cuja solução passa por forte intervenção do sector privado, de modo a reduzir a mão do Estado, tendo em conta a concentração de grande parte dos órgãos na esfera do Estado.
Na sua óptica, é o caminho a seguir para se acabar com “o constrangimento à liberdade de imprensa plena”.
“A perspectiva deve estar virada para o retorno dos principais meios tradicionais para a esfera privada”, disse, reconhecendo que desde 2017 i “a liberdade de imprensa é um facto, apesar de no interior dos órgãos haver uma certa timidez no tocante ao exercício do contraditório, fundamental para a credibilização”.
Por sua vez, a presidente da Comissão da Carteira e Ética, Luísa Rogério, disse haver avanços e recuos, nos últimos cinco anos.
“O país tem uma grande diversidade e a realidade de Luanda não se reflecte nas outras províncias. Portanto, o ideal é falarmos em grau de liberdade de imprensa. Temos muitas lacunas, muitas questões para falar com algum à vontade sobre um grau de liberdade de imprensa”, sustentou.
Luísa Rogério considerou fundamental que se reflicta sobre as boas práticas, apelando à divulgação ao máximo dos instrumentos legais de imprensa, tais como o Estatuto do Jornalista e o Código de Deontologia, aprovados pela classe jornalística.
“Também, é fundamental reconhecer os grandes avanços, embora não se reflicta de um modo geral de conteúdos. Mas há um grande grau de liberdade de expressão a nível de redacções”, reconheceu.
Em finais de Março último, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, defendeu que "o pluralismo de informação deve compreender todas as vozes, todos os actores políticos, sociais.
De acordo com o “ranking” da organização Repórteres Sem Fronteiras, o país subiu, de 2017 a 2021, 22 lugares.
Entre os Países Africanos de língua Portuguesa, Angola foi o único país que subiu no ranking, sendo que a Guiné-Bissau perdeu 5 lugares, Moçambique 1, Cabo Verde manteve a posição e não se registaram dados sobre São Tomé.