Luanda - Os restos mortais do antigo jornalista da Agência Angola Press (ANGOP), Mário Pedro Segundo, vão a enterrar hoje, terça-feira,, no cemitério do Benfica, em Luanda.
O antigo profissional morreu na sexta-feira (dia 16), vítima de doença, no Hospital Geral de Viana Bispo Emílio de Carvalho, localizado em Luanda.
A propósito do seu passamento físico, a vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, considerou Mário Pedro como um homem de fácil trato e muito responsável no cumprimento das suas tarefas.
“Calou-se mais uma voz do jornalismo angolano. Os nossos sentimentos de pesar à família enlutada. Que Deus console e conforte os corações da família e amigos, neste momento difícil”, escreveu a dirigente partidária na sua conta do Facebook.
Associando-se ao momento de dor, o jornalista Severino Carlos enfatizou, também no Facebook, que “a linha da frente dos jornalistas com uma costela no Sambizanga perde um dos seus integrantes”.
“Quando em Junho de 1982 iniciei no jornalismo com um estágio na ANGOP, o jornalista Mário Pedro já andava há muito num dos desks da agência”, adiantou.
Por seu lado, o jornalista David Mário referiu que o jornalismo angolano perdeu um profissional que muito trabalhou por Angola, tendo destacado a experiência, capacidade de liderar e o rigor de Mário Pedro Segundo.
Nascido a 21 de Dezembro de 1957, no município do Dande, província do Bengo, Mário Pedro Segundo é filho de Tiago Pedro Segundo e Maria Simão António Segundo, ambos falecidos. Era Casado com Domingas João da Silva Pedro e deixa quatro filhos.
Católico praticante, viveu a infância até à maioridade no bairro Sambizanga, em Luanda, onde frequentou e concluiu os estudos primários.
Frequentou o ensino preparatório no então Colégio Vasco da Gama, na baixa de Luanda, e o ensino secundário na então Escola Industrial de Luanda, em 1977. Concluiu a Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto.
O antigo jornalista ingressou no quadro de pessoal da ANGOP, como estagiário, em Fevereiro de 1978. Por conta de uma bolsa de estudo para formação em Engenharia de Petróleos, no Instituto Superior Técnico de Petróleos e Gás de Baku (Azerbaijão), interrompeu o vínculo laboral com a agência, que viria, entretanto, a reatar três anos depois, uma vez forçado a regressar ao país, por razões de saúde.
Reintegrado nos quadros da ANGOP, retomou a carreira profissional, ascendendo a várias categorias em distintos desk's, tendo desempenhado, também, as funções de delegado adjunto da ANGOP em Portugal, editor-chefe Nacional, editor-chefe Internacional, editor Político e chefe da Divisão África.
Como repórter, cobriu vários eventos, dentro e fora do país, tendo acompanhado comitivas ministeriais e presidenciais, em visitas de Estado e cimeiras, como as da então "Linha da Frente", SADCC (antecessora da SADC), OUA (actual UA) e ONU.
Mário Pedro Segundo foi membro fundador da União dos Jornalistas Angolanos (UJA). ANM/OHA