Luanda – O Ministério da Administração do Território (MAT) considera o jornalista angolano Ismael Mateus um grande promotor do desenvolvimento local, sensível às dificuldades e aos desafios enfrentados pelos gestores públicos, no quotidiano.
A posição do ministério foi tornada pública em mensagem de condolências assinada pelo seu titular, Dionísio Manuel da Fonseca, e enviada à ANGOP, na sequência da morte do jornalista, ocorrida terça-feira, em Luanda, num acidente de viação.
Para o MAT, Ismael Mateus deixa uma marca indelével na formação de vários gestores dos órgãos da administração local do Estado, que hoje respondem aos desafios do bem-estar das pessoas em todos os municípios do país.
O profissional foi, de 2010 a 2016, director-geral do então Instituto de Formação da Administração Local, na altura sob tutela do Ministério da Administração do Território.
“Ao ter sido convidado, por nós, para ser o primeiro presidente do Júri da I Edição do Prémio Melhor Município de Angola, realizado no passado mês de Agosto, na província de Malanje, Ismael Mateus aceitou prontamente o desafio e dedicou-se com o habitual profissionalismo e compromisso patriótico para a realização com êxito desta iniciativa do Executivo”, refere o ministério.
Pelo infortúnio, endereça à família enlutada e a classe jornalística nacional os mais sinceros e profundos sentimentos de pesar.
Numa outra nota, o Ministério da Energia e Águas diz que o jornalista Ismael Mateus Sebastião construiu uma carreira de várias décadas no âmbito da comunicação social e institucional.
Entre 2010 e 2013, exerceu a função de Assessor do Gabinete de Comunicação da extinta EDEL, passando, posteriormente, a integrar a ENDE como Consultor do Gabinete de Comunicação e Imagem, entre 2014 e 2017.
De 2017 até 2020, o profissional ocupou a função de assessor do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério da Energia e Águas, onde deixou marcas pela sua dedicação e competência.
O ministério salienta que como assessor do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério da Energia e Águas e da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE-EP), Ismael trouxe uma vasta experiência das redacções jornalísticas, contribuindo significativamente para às empresas públicas de electricidade.
“Neste momento de luto e dor, tanto no seio familiar quanto entre todos os angolanos, o ministério e a empresa endereçam os mais profundos sentimentos de pesar aos familiares, amigos e colegas de profissão”, realça.
Em outra nota, a direcção do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) destaca o sentido crítico e cívico do profissional que deve servir de referência para às várias gerações.
“Com a sua partida inesperada, o jornalismo angolano perdeu uma personalidade com uma carreira exemplar que, desde muito cedo, manifestou sempre o seu sentido crítico e cívico, digna de servir como referência para várias gerações”, sublinha.
Segundo a agremiação, Ismael Mateus não apenas influenciou a geração mais nova, mas contribuiu para fortalecer a confiança da população com uma imprensa voltada para o serviço público.
Alega que o profissional foi um defensor acérrimo da observância da ética, deontologia e de uma comunicação social comprometida com os factos, realidade e com os destinatários do serviço informativo e noticioso.
Na docência, frisa que Ismael Mateus deixou marcas indeléveis na formação de profissionais da comunicação social, com a cadeira de ética e Deontologia, tendo, igualmente, se destacado como um "opinion maker" de mão cheia e escritor que se evidenciava com a produção literária.
“A direcção do SJA, diante do infausto acontecimento que enluta a família, os jornalistas e a sociedade angolana, curva-se perante a memória de Ismael Mateus e endereça a todos os que se comovem com a dor as mais sentidas condolências”, lê-se.
Jornalista desde 1981, Ismael Mateus nasceu em Luanda, a 6 de Julho de 1963. Foi membro fundador do Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA) e membro da União dos Escritores Angolanos.
Desde 1985, publicou textos de opinião, inicialmente na Rádio Nacional de Angola, sob os títulos "Dia a Dia na Cidade" e "Bué de Bocas" Na Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), escreveu para a rubrica "Recados para o meu chefe”
Posteriormente, viria a publicar textos de opinião nos jornais Angolense, Cruzeiro do Sul e no Semanário Angolense.
Publicou o seu primeiro livro em 1992, a colectânea de textos radiofónicos "Bué de Bocas", numa edição da Edipress. Lançou também a obra "Ascensão e Queda, de Bartolas Matias".
Foi coordenador da colectânea de textos "Angola, a Festa e o Luto", lançado por ocasião do 25° aniversário da Independência Nacional, em 2000.
Em 2001, pela editora Nzila, publicou o seu primeiro romance com o título "Os tempos de YaKalaya". Em 2003, publicou o livro "Sobras de Guerra". MEL/AB/OHA