Luanda – A União dos Jornalistas Angolanos (UJA) considera o jornalista Ismael Mateus, versado à crítica jornalística, um defensor de uma imprensa mais plural e ética.
Em nota de condolências por ocasião da morte do jornalista, ocorrida na última terça-feira, em Luanda, vítima de acidente de viação, a UJA manifesta total desagrado e repulsa, por considerar que com o seu desaparecimento físico, a classe jornalística fica mais empobrecida.
“Ismael Mateus foi um profissional de mãos cheias, nas especialidades de rádio, televisão e imprensa. Progressista e mentor de projectos jornalísticos, associados à versatilidade da crítica e de ideias inovadoras de um jornalismo independente, isento e responsável”, lê-se no documento a que a ANGOP teve acesso.
Refere que a UJA reconhece o seu antigo membro efectivo, como homem que amou o jornalismo, criativo e de liderança, cuja memoria não apaga.
Em sua memória, a UJA endereça os sentimentos de pesar ao colectivo de jornalistas angolanos e à família enlutados.
Reitera que os seus ensinamentos se perpetuarão memoravelmente no seio da classe jornalística.
Numa outra nota de condolências, a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto diz que, com profunda dor e consternação, tomou conhecimento do passamento físico de Ismael Mateus Sebastião, co-fundador do curso de Comunicação Social desta unidade orgânica.
Considera o também docente colaborador do mesmo curso e investigador, um cidadão atento aos fenómenos sociais, carismático, afável e eloquente na sua forma de se comunicar.
Na sua óptica, com a morte prematura de Ismael Mateus, perde o país um renomado quadro e fica mais pobre na academia do jornalismo angolano.
Jornalista desde 1981, Ismael Mateus nasceu em Luanda, a 6 de Julho de 1963. Foi membro fundador do Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA) e membro da União dos Escritores Angolanos.
Desde 1985, publicou textos de opinião, inicialmente na Rádio Nacional de Angola, sob os títulos "Dia a Dia na Cidade" e "Bué de Bocas" Na Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), escreveu para a rubrica "Recados para o meu chefe”
Posteriormente, viria a publicar textos de opinião nos jornais Angolense, Cruzeiro do Sul e no Semanário Angolense.
Publicou o seu primeiro livro em 1992, a colectânea de textos radiofónicos "Bué de Bocas", numa edição da Edipress. Lançou também a obra "Ascensão e Queda, de Bartolas Matias".
Foi coordenador da colectânea de textos "Angola, a Festa e o Luto", lançado por ocasião do 25° aniversário da Independência Nacional, em 2000.
Em 2001, pela editora Nzila, publicou o seu primeiro romance com o título "Os tempos de YaKalaya". Em 2003, publicou o livro "Sobras de Guerra". OHA