Luanda - A professora universitária Constância Ceita reiterou, esta terça-feira, que existem várias questões complexas e questionamentos na História de Angola que sugerem ainda outros estudos neste domínio.
Em declarações ao programa ́ ́Grande Entrevista``, da TPA Notícias, a historiadora afirmou que não há uma única parte problemática, existem vários problemas a serem continuamente dirimidos.
"Dizer que existe uma única parte problemática na história de Angola estaria a induzir ao erro as pessoas ", assinalou.
Referiu, por exemplo, que a história contemporânea angolana deve ser vista numa perspectiva endógena, nunca na perspectiva do colonizador, mas sim numa concepção africanista.
A história, disse, não se faz apressadamente porque ela é uma ciência de interação do homem e os seus acontecimentos, reunindo factos, selecioná-los, sistematizá-los e levá-los a uma análise crítica.
Adiantou que a utilização de metodologias críticas para se analisar concretamente os factos, leva os historiadores a buscar uma verdade histórica.
Por outro lado, reconheceu que a história do país ainda não é conhecida por todos os cidadãos, mas existe um grande número de investigadores, ligados à Universidade Agostinho Neto e a algumas privadas, a fazerem um trabalho notável.
Há, explicou, sociólogos, economistas, linguistas, entre outros, que têm estudos muito avançados nos domínios da história económica, social e política do país.
Segundo a docente, as Universidades do país não só fazem um grande trabalho, mas concorrem para o aprofundamento da real história de Angola.
Questões políticas
Constância Ceita considerou o ano de 1961 como o "ano cronológico de Angola", devido os acontecimentos que levaram a independência do país, nomeadamente a revolta da baixa de Cassange (04 de Janeiro), o início da luta armada (04 de Fevereiro) e a revolta no norte de Angola (15 de Março).
No entanto, defendeu que a constituição da nação angolana é produto da aglutinação de grupos etno-linguísticos que advêm de épocas anteriores à chegada dos europeus ao continente berço.