Benguela – O recurso às plataformas digitais passou a ser a aposta do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP) em Benguela, de modo a reverter a baixa adesão dos jovens aos centros de formação na província.
Em declarações à ANGOP, o chefe dos Serviços Provinciais do INEFOP, Sebastião Fernando Custódio, manifesta-se preocupado com a baixa adesão aos centros de formação técnico-profissional na região.
Em face disso, aponta como estratégia da instituição o uso cada vez mais das plataformas digitais, para maior divulgação dos projectos de formação técnico-profissional que impactam directamente na vida dos jovens.
Em seu entender, a cifra de 13 mil e 284 matriculados no ano passado, dos quais 3.228 femininos, nos 15 centros de formação profissional tutelados pelo INEFOP e nos 76 centros privados, está significativamente abaixo do esperado.
Deste número, 10 mil e 764 jovens concluíram a sua formação, sendo 5.645 nos centros tutelados pelo INEFOP e 5.119 nos estabelecimentos privados, ao passo que 1.284 desistiram.
Aliás, segundo ele, os centros tutelados e privados na província de Benguela podem formar anualmente mais de trinta mil jovens nos vários cursos como soldadura industrial, serralharia, mecânica, corte e costura, electricidade baixa tensão, pedreiro.
Informática, canalização, alvenaria, electricidade industrial, topografia, pastelaria e cozinha, decoração e empreendedorismo preenchem a lista.
“Um dos maiores problemas que temos tido é a adesão dos jovens aos projectos de formação profissional”, sublinhou, reportando que o INEFOP tem passado a mensagem através de plataformas digitais e das rádios, de maneira a despertar a juventude.
Sebastião Fernando Custódio admite que a juventude até reclama de falta de oportunidades, mas lamenta que não aflui aos centros de formação profissional, que são importantes para o acesso ao mercado de trabalho.
“O que queremos é que a juventude tenha a plena consciência de que sem a formação técnico profissional não há país que se desenvolve”, frisou.
Paragens de táxis
Por outro lado, disse que o foco do INEFOP tem sido as paragens de táxis ao longo da estrada Benguela/Lobito, a julgar pela grande concentração de jovens desempregados que se tornaram “lotados” de táxis para minimizar as dificuldades sociais.
Referiu que o trabalho envolve os formadores do INEFOP que distribuem flyers aos jovens, na tentativa de sensibilizá-los a aderir a uma formação técnico-profissional, visando o acesso ao primeiro emprego.
Com efeito, deu garantias de que existem algumas empresas privadas que têm estado a disponibilizar algumas vagas para mão-de-obra qualificada, daí a pretensão de sensibilizar a juventude a ir aos centros de formação profissional.
“Conseguimos convencer muitas empresas a olhar mais para os nossos centros de emprego existentes: um no Lobito e outro em Benguela”, adiantou, para quem estas empresas estão interessadas em empregar mão-de-obra qualificada, através dos centros tutelados pelo INEFOP.
Sebastião Fernando Custódio exorta, por isso mesmo, a juventude a abraçar a formação profissional, na medida em que os cursos do INEFOP são gratuitos e habilitam o formando para o mercado de trabalho.
Actualmente, o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional conta com 160 formadores na província de Benguela. JH/CRB