Benguela – Pelo menos 32 cooperativas, com destaque para a agricultura e pescas, foram criadas em 2024 para o fomento do auto-emprego na província de Benguela, afirmou, esta terça-feira, o chefe dos serviços locais do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), Sebastião Custódio.
Em entrevista à ANGOP, Sebastião Custódio avançou que, embora o programa abranja toda a província, de momento, as 32 cooperativas estão distribuídas pelos municípios de Benguela, do Lobito e da Ganda, sendo os primeiros a beneficiar desta iniciativa.
Dá conta de que estas cooperativas, compostas por dez pessoas, cada, e cujos kits profissionais serão entregues brevemente, já geraram 319 postos de trabalho no seio da juventude nesses três municípios que responderam positivamente a este desafio.
“Já estamos a controlar 32 cooperativas dentro de uma plataforma que temos e reportamos junto das estruturas centrais no sentido de fornecer os kits”, salientou o chefe dos serviços provinciais do INEFOP em Benguela.
No entanto, fez saber que, além da agricultura e pescas, existem cooperativas ligadas à gestão de parques de recreio e jardinagem, manutenção de vias, limpeza de sarjetas, pintura de lancis, poda e tratamento de árvores e recolha de animais mortos na via pública.
Porém, o chefe dos Serviços Provinciais do INEFOP em Benguela também destacou o Projecto de Inserção de Catadores de Resíduos (PICAR), porquanto permitiu que fossem criadas seis cooperativas, gerando 60 postos de trabalho.
Conforme notou, depois de criadas, as cooperativas são encaminhadas pelas administrações municipais, mediante uma lista, ao INEFOP, com vista à formação profissional em empreendedorismo.
“Existem alguns programas ligados às cooperativas e estamos a trabalhar em estreita colaboração com as administrações municipais que fornecem as cooperativas que actuam nos municípios”, relatou.
Disse que, uma vez formadas em técnicas de gestão de negócio, as cooperativas beneficiam de um acompanhamento do INEFOP num período de seis meses, o que é uma mais-valia para assegurar a sua auto-sustentabilidade no mercado.
Só depois disso é que, acentuou, as cooperativas recebem os kits profissionais ou micro-crédito, para que comecem as suas actividades no mercado, sob a monitorização do INEFOP durante os seis meses referidos.
Assim que tiverem uma estrutura para se auto-sustentar no mercado, o INEFOP larga as cooperativas ao fim de seis meses, reforça a fonte, acrescentando que aquelas que demonstrarem um bom trabalho podem criar alguns contratos com as administrações municipais.
Na prática, aclarou, estas cooperativas podem prestar serviços às administrações municipais, sobretudo na gestão e execução de obras, manutenção de jardins, lancis, entre outros, com o suporte do programa CLEI (Contratos de Locais de Emprego e Inserção).
Fomentar a empregabilidade
O chefe dos Serviços Provinciais do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional igualmente assinala como objectivo principal da criação de cooperativas o fomento o aumento do emprego e, consequentemente, a redução da taxa de desemprego que afecta a juventude.
“São várias cooperativas, como agrícolas e de pesca, e serão potenciadas com imputes ou ferramentas para trabalhar”, reforçou.
Sebastião Custódio ainda aproveitou para enaltecer o trabalho do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), na disponibilização de kits profissionais para o desenvolvimento das cooperativas.
“As estruturas centrais criam os imputes para estas cooperativas poderem exercer as suas actividades”, frisou, perspectivando que o INEFOP irá dinamizar, em parceria com as administrações municipais, o surgimento de mais cooperativas em outros municípios da província.
Criado pelo Decreto Lei .º 34/98 de 2 de Outubro, o INEFOP é um órgão público sob tutela do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS).
Tem a missão de assegurar a execução das políticas sobre a organização do mercado do emprego e da formação profissional a nível nacional. JH/CRB