Andulo - A componente da inclusão produtiva, enquadrada no programa Kwenda, abrangeu, até ao momento, mais de 120 mil famílias das províncias do Bié, Moxico, Huila e Cunene, com resultados positivos, por os beneficiários honrarem os seus compromissos.
Lançada em 2021, a inclusão produtiva prevê acções nas caixas comunitárias de crédito, banco de sementes e a criação de animais de pequeno porte, e está a ser desenvolvida, numa primeira fase, nos municípios do Andulo (Bié), Luau (Moxico), Cacula (Huila) e Curoca (Cunene).
Os beneficiários já começaram a fazer o reembolso, quer do dinheiro quer dos produtos recebidos a título de crédito ao Instituto de Desenvolvimento Local (FAS).
A nível do programa Kwenda existe ainda as componentes das Transferências Sociais Monetárias e a Municipalização da Acção Social.
Nesta quarta-feira, o director-geral do FAS, Belarmino Jelembi, avaliou o nível de compromisso de alguns beneficiários do município do Andulo, no quadro da realização das primeiras jornadas de reflexão sobre o desenvolvimento local, a decorrer esta quinta-feira, nesta urbe.
No capítulo das caixas comunitárias de crédito, por exemplo, no Andulo, oito dos 16 beneficiários da aldeia de Bumba, na comuna de Cassumbi, efectuaram o reembolso do dinheiro recebido em Janeiro deste ano.
Para esta comunidade, foi desembolsado um valor de dois milhões de kwanzas, que foram investidos no campo e em pequenos negócios de forma individual.
Até ao momento, os primeiros credores reembolsaram 886 milhões de kwanzas à caixa da comunidade.
Jeremias Fernando, que opera na área de transporte, disse que recebeu um empréstimo de 180 mil kwanzas, que usou para recuperar a sua motorizada de três rodas.
Seis meses depois, conseguiu devolver 198 mil, face ao juro aplicado, e ainda ficou com um lucro de 280 mil kwanzas, que o jovem, de 32 anos de idade, pretende adquirir uma outra motorizada de duas rodas para reforçar a frota.
Outro beneficiário, António Sicuete, que recebeu de empréstimo a mesma quantia, disse que investiu na construção de uma pequena indústria moageira.
Hoje, conseguiu devolver também 198 mil kwanzas e tem guardado de lucro 70 mil kwanzas, que prevê investir na compra de combustível para a indústria.
Cenário igual assistiu-se na aldeia de Chiombo, onde cerca de 50 membros beneficiaram da componente de multiplicação de sementes.
Nesta comunidade, o FAS investiu 400 quilogramas de feijão. Até ao momento, colheu-se quase uma tonelada e meia do alimento.
Para o feijão, o modelo de reembolso foi de um por dois, o que permitiu desenvolver 912 quilogramas do produto mais 285 mil kwanzas, entregues por aqueles que não conseguiram multiplicar as sementes.
Numa outra localidade, na aldeia de Lucuco, que beneficiou da componente de criação de animais, construiu-se um posto de quarentena para albergar os animais da espécie caprino, antes de serem distribuídos aos credores.
No total, tem 108 animais para procriação e posteriormente serem distribuídos em 46 famílias já cadastradas.
Na ocasião, o director-geral do FAS informou que foram criadas no país, até ao momento, 54 caixas comunitárias, oito das quais no Andulo. O capital inicial varia entre dois a cinco milhões de kwanzas.
Belarmino Jelembi considerou extraordinário o momento que se vive, uma vez que, na altura do seu lançamento, havia dúvidas sobre a fidelidade dos beneficiários quanto ao reembolso.
Quanto ao banco de sementes, disse estar a beneficiar já mais de 80 aldeias das quatro províncias acima referidas. LB/PLB
