Uíge - A chefe dos serviços provinciais do Instituto Nacional da Criança (INAC) no Uíge, Rosária da Conceição Alfredo, reiterou hoje, terça-feira, a população local a intensificar a cultura de denúncia das práticas de violência contra a criança, com maior destaque para os casos de abuso sexual.
Este apelo surge devido ao aumento de casos de violência contra criança na região, registados no primeiro semestre de 2024, com uma cifra de 304 ocorrências, superando as 196 notificações do mesmo período do ano de 2023.
Em declarações à ANGOP, nesta terça-feira, a responsável explicou que, do total de casos, 132 são de trabalho infantil, três de disputa de guarda, 14 de fuga à paternidade, nove de negligências, três de rapto, quatro de violência física, 18 violência sexual, seis tentativas de abuso sexual, e um de abandono de criança.
Explicou que as denúncias foram feitas pelos parentes, líderes comunitários e religiosos e através dos serviços de denúncia SOS Criança.
Apontou o município do Uíge com maior número de registo, seguido de Maquela do Zombo, Negage, Sanza Pombo, Quitexe, Alto Cauala e outras 10 localidades com uma cifra reduzida.
Para contrapor a situação, a responsável explicou que o INAC no Uíge tem realizado várias palestras de sensibilização, com maior realce para o município sede, no sentido de reduzir os casos de violência contra criança, bem como informar aos adultos a não incorrem a este actos.
Quanto às causas, a responsável apontou a falta de informação sobre os direitos dos menores, crenças em feitiçaria, entre outros comportamentos dos progenitores.
Para contrapor essa situação, disse que o INAC vai continuar a apostar na formação dos profissionais, visando melhorar a protecção dos menores.
Dirigindo-se aos encarregados de educação, a responsável pediu maior cuidado dos filhos, assim como desenvolver actividades educativas, visando o bem-estar das crianças. EPP/JAR