Ombadja – A necessidade de os pais promoverem um diálogo aberto sobre a sexualidade, de modos a evitar doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce, foi defendido, esta sexta-feira, pelo director do Instituto Nacional da Criança (INAC) na província do Cunene, Hélder dos Santos.
Ao falar durante um workshop sobre gravidez e casamento precoce, que decorreu no município de Ombadja, recomendou aos adultos no sentido de conversarem mais com os filhos sobre a sexualidade, para mantê-las informadas.
Disse que três mil e 131 casos de gravidez precoce, envolvendo, na sua maioria, meninas dos 12 aos 17 anos, foram registados, no período de 2020 a 2021, na província do Cunene.
O responsável afirmou que o quadro é muito preocupante e demonstra que os pais não têm mantido diálogo permanente e aberto com os filhos, atitude negativa que deve ser corrigida para que as meninas se sintam mais protegidas.
Lembrou que a gravidez retarda os estudos das adolescentes, que têm de trabalhar para cuidar dos filhos, pelo que se deve disseminar mais mensagens que despertem o risco da gestação e casamento precoce, do ponto de vista biológico e social.
Hélder dos Santos adiantou que a maioria dos casos, ocorre nas famílias de baixa renda, tendo como base factores culturais, educação e instrução inadequada, uso indevido das tecnologias de informação e comunicação, consumo exagerado do álcool, conflitos e mau ambiente nos lares.
De acordo com o responsável, estão a trabalhar para se criar mais gabinetes de apoio psico-pedagógico nas instituições de ensino na região, para sensibilizar os alunos visando a redução destes casos nas comunidades.
O workshop dirigido aos alunos e professores do I e II ciclo, do município de Ombadja, permitiu sensibilizar os adolescentes, em matéria de prevenção da gestação prematura.
O encontro promovido pelo Instituto Nacional da Criança visou abordagens de temas relacionados com a “Gravidez precoce e a saúde materno-infantil'' e "Implicações do casamento precoce nas competências familiares”.