Lobito - As principais fragilidades do impacto ambiental ao longo do Corredor do Lobito foram revistas, esta quinta-feira, no município da Catumbela (Benguela), num encontro que juntou o consórcio Lobito Atlantic Railway e o Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela.
Segundo o coordenador do evento, o engenheiro ambiental Isaac Sassoma, o consórcio Lobito Atlantic Railway, que explora o Caminho-de-Ferro de Benguela, no âmbito do Corredor, foi convocado a explicar sobre o levantamento feito, uma vez que o projecto ainda não é de domínio público.
"Queremos entender melhor as medidas mitigadoras para saber se o projecto é de facto viável", sugeriu.
Isaac Sassoma lembrou que o ISPOCAB realizou um congresso a propósito (impacto ambiental) sobre o Corredor do Lobito, em 2019, e tirou algumas ilações sobre as fragilidades ao longo da linha.
Deu exemplo de províncias como o Bié e do Moxico, onde se registaram vários descarrilamentos de comboios devido aos processos erosivos.
"A linha sofre alguns problemas do ponto de vista ambiental por causa do tipo de solos que ali predomina", sustentou.
Segundo o especialista, as medidas mitigadoras naquela zona devem ser mais fortes para poder dar consistência à linha.
O também docente do ISPOCAB deu a conhecer que a instituição está a formar uma parceria permanente com o consórcio LAR, devido à importância do Corredor do Lobito para o desenvolvimento de Angola e da região.
Por sua vez, a directora ambiental do consórcio, Nádia Lourenço, afirmou que ainda existem alguns passivos ambientais a serem corrigidos.
"Temos de fazer algum levantamento com as emissões de carbono, ter em conta a biodiversidade dos animais e o impacto que a frequência dos combioios vão ter ao longo da linha férrea", afirmou.
Acrescentou que o LAR vai reabilitar os mil e 344 quilómetros de extensão da linha férrea, que liga as províncias de Benguela, Huambo, Bié e do Moxico.
Fez saber que o processo de recrutamento de pessoal para o consórcio já iniciou há algum tempo e a prioridade recai para os ex-trabalhadores do Porto e do CFB.
"Temos uma projecção para mil e duzentos postos de trabalho", afirmou.
O consórcio Lobito Atlantic Railway é composto por três empresas, nomeadamente a suíça Trafigura, a belga Vecturis e a portuguesa Mota-Engil. Venceu o concurso internacional para exploração do Corredor do Lobito no dia 4 de Setembro de 2021.
A concessão dos serviços ferroviários e de logística de suporte para o Corredor do Lobito foi assinado no dia 4 de Abril de 2023/ TC/CRB